Marwan Barghouti, proeminente prisioneiro político palestino, foi espancado por carcereiros israelenses, reportou sua família à Comissão dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestinos, instituição que monitora as condições de direitos humanos nas cadeias da ocupação.
As informações são da agência de notícias Al-Arabi Al-Jadeed.
Barghouti, de 64 anos, é membro do Comitê Central do Fatah e favorito à presidência palestina segundo pesquisas recentes. Segundo sua esposa, Fadwa, o líder político é regularmente submetido a isolamento, humilhação e tortura pelas autoridades de Israel.
Fadwa reiterou que a vida do marido e de outros prisioneiros está em perigo e que a administração carcerária de Israel tem diretrizes para “brutalizá-los deliberadamente, para destruir sua força de vontade”.
“Marwan é vítima de ataques ainda em curso, dos quais temos conhecimento em 6 e 12 de março [por meio de advogados], que levaram a um sangramento no olho, à medida que forças repressivas continuam a ameaçá-lo dentro da prisão”, informou Fadwa.
Barghouti foi transferido arbitrariamente ao menos cinco vezes nos últimos três meses, sob agressões e restrições cada vez mais severas.
Em quatro prisões, foi posto em confinamento solitário por períodos extensos.
Segundo Fadwa, uma “verdadeira guerra” está sendo travada contra os prisioneiros palestinos, a fim de aniquilar sua influência política e sua resiliência.
A Campanha Barghouti Livre disse em comunicado que advogados que o visitaram na penitenciária de Megiddo perceberam os indícios de brutalidade, não apenas em Barghouti, mas em outros prisioneiros, muitos dos quais sob confinamento solitário.
A campanha entrou em contato com figuras internacionais, incluindo diplomatas, parlamentares e instituições de direitos humanos, além de líderes do partido Fatah e de grupos nacionais e islâmicos na Palestina e na região. A campanha pede proteção aos prisioneiros políticos nas cadeias israelenses.
Barghouti permanece preso desde 2002, condenado a cinco penas de prisão perpétua por “matar e ferir israelenses”; contudo, sem provas.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 31 mil mortos e 73 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia ocupada, Israel intensificou seus ataques e pogroms contra cidades e aldeias, prendendo sete mil pessoas. Palestinos em custódia reportam tortura desde então — treze foram mortos.
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