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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

EUA envia projeto de resolução à ONU para cessar-fogo em Gaza

Manifestantes se reúnem e marcham em Los Angeles, Califórnia, para protestar contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel e o apoio militar do governo Biden-Harris à ofensiva militar de Israel, em 2 de março de 2024 [David McNew/Getty Images]

Os Estados Unidos elaboraram uma nova resolução para o Conselho de Segurança das Nações Unidas defendendo um cessar-fogo na Faixa de Gaza, em meio à crescente pressão do governo Biden sobre Israel para limitar sua ofensiva.

Em um comunicado divulgado ontem, Nate Evans, porta-voz da missão dos EUA na ONU, revelou que Washington “tem trabalhado seriamente com os membros do Conselho nas últimas semanas em uma resolução que apoiará inequivocamente os esforços diplomáticos em andamento com o objetivo de garantir um cessar-fogo imediato em Gaza como parte de um acordo de reféns, que libertaria os reféns e ajudaria a permitir um aumento de ajuda humanitária”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, acrescentou à revelação durante sua viagem ao Egito que o projeto de resolução pede “um cessar-fogo imediato vinculado à libertação dos reféns”. Reconhecendo que ainda há trabalho difícil pela frente com relação a esse acordo, ele declarou: “Continuo acreditando que é possível”.

Nas últimas semanas, as conversações entre as autoridades de todos os lados avançaram e falharam repetidamente em conseguir um cessar-fogo na Faixa de Gaza sitiada, com o grupo de resistência palestina, Hamas, exigindo um cessar-fogo permanente e o fim da guerra em troca dos prisioneiros de guerra israelenses restantes, enquanto os EUA e muitos dentro de Israel querem limitar o acordo a uma pausa temporária de seis semanas na ofensiva.

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“Acho que as lacunas estão diminuindo e acho que um acordo é bem possível”, disse Blinken ao canal de notícias saudita Al Hadath. Em uma coletiva de imprensa na capital egípcia, Cairo, ele também criticou o plano de Israel de lançar uma ofensiva na área de Rafah, ao sul de Gaza, onde mais da metade da população palestina deslocada da Faixa está buscando abrigo. “Uma grande operação militar em Rafah seria um erro, algo que não apoiamos.”

A resolução proposta pelos EUA ocorre no momento em que o chefe da CIA, William Burns, e o chefe do Mossad, David Barnea, iniciam conversações no Catar, em um esforço para finalmente chegar a uma trégua em Gaza. Os líderes europeus também se reuniram em Bruxelas nesta semana para discutir um apelo comum da UE por um cessar-fogo.

De acordo com os relatórios, a redação do novo projeto de resolução dos EUA é bastante vaga e ambígua, sugerindo apenas que um “cessar-fogo imediato e sustentado” é “imperativo” e que deve ser dado apoio às negociações de reféns “para esse fim”.

Apesar dessa ambiguidade e da falta de firmeza, ela representa o impulso mais forte já dado pelo governo do presidente dos EUA, Joe Biden, contra as transgressões de Israel na ofensiva em Gaza. É também o primeiro apelo oficial americano por um cessar-fogo na ONU, mesmo que isso tenha ocorrido após cinco meses de atrocidades israelenses e vários vetos dos EUA a resoluções anteriores da ONU.

O jornal britânico Guardian também relatou que fontes europeias não identificadas reconheceram que a mudança na posição dos EUA pode ter levado algumas nações da UE, como a Áustria e a Tchecoslováquia, “a rever sua posição” e a se juntar a outros estados-membros, como a Alemanha, para apoiar “uma pausa humanitária imediata que leve a um cessar-fogo sustentável”.

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