O exército israelense causou a morte de 13 pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, seja por ataques diretos ou ao privá-los de oxigênio, medicamentos ou alimentação, confirmou o gabinete de imprensa do governo em Gaza nesta quinta-feira (21), segundo informações da agência de notícias Anadolu.
Reiterou a nota: “O exército israelense assassinou, de maneira consciente e premeditada, treze pacientes [em al-Shifa], ao negá-los medicamentos, insumos, eletricidade e oxigênio, após ocupar o hospital por quatro dias consecutivos”.
Havia 22 pacientes na UTI de al-Shifa, quando ocorreu a invasão. Segundo o alerta, há ainda pacientes com ferimentos tratados cujas lesões necrosaram devido à falta de médicos, enfermeiras e insumos básicos.
O comunicado responsabilizou a comunidade internacional e o governo dos Estados Unidos, além de Israel, pelos crimes cometidos contra os civis de Gaza.
No total, estima-se até 250 mortos em al-Shifa, dezenas dos quais executados à queima-roupa, além de centenas de trabalhadores, pacientes e refugiados presos. Relatos apontam que aproximadamente 30 mil pessoas estavam em al-Shifa — o maior complexo médico do enclave palestino.
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O ataque teve início na madrugada de segunda-feira (18), sob disparos de tanques de guerra, unidades de infantaria, drones, aeronaves e franco-atiradores.
Trata-se do segundo ataque a al-Shifa. Em novembro, soldados israelenses atacaram o centro de saúde sob o mesmo pretexto: de que seria utilizado como base por membros do Hamas; no entanto, sem provas, sequer após a operação.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 31.923 mortos e 74.096 feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.