Centenas de palestinos se reuniram para realizar um iftar — refeição ao pôr-do-sol, que rompe o jejum do Ramadã — nas ruas de Rafah, no extremo sul de Gaza, apesar da campanha israelense que se avizinha da cidade. A iniciativa buscou auxiliar os 1.5 milhão de refugiados na região, presos contra a fronteira egípcia, com pouquíssima assistência humanitária.
“Decidimos organizar e compartilhar este jantar, ao servir arroz e carne, diante da guerra ainda em curso”, comentou Musallam Ahmed, uma das pessoas por trás da iniciativa, à agência Anadolu. “Nosso objetivo é levar alegria aos corações daqueles que jejuam nessas circunstâncias terríveis, ao lhes proporcionar uma refeição rica e nutritiva”.
Ativistas e governos internacionais alertam contra os planos israelenses de invasão por terra a Rafah e suas consequências catastróficas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insiste na operação, mesmo a contragosto dos Estados Unidos, ao sugerir a expulsão dos palestinos de Gaza ao território egípcio do deserto do Sinai — crime de transferência compulsória e limpeza étnica.
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Em 15 de março, o gabinete de Netanyahu confirmou ter aprovado os planos da operação militar. Não há cronograma à ação até então.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.333 mortos e 74.694 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, estão 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.