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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Países árabes condenam ataque em Moscou, expressam condolências à Rússia

Incêndio na casa de shows Crocus City Hall, na periferia de Moscou, em 22 de março de 2024 [Ali Cura/Agência Anadolu]

Países árabes condenaram o ataque contra uma casa de espetáculos na periferia de Moscou, que matou 137 pessoas e feriu outras 182, segundo as informações.

A reportagem é da agência de notícias Anadolu.

Em comunicados oficiais, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein, Kuwait, Omã, Egito, Jordânia, Iêmen, Sudão, Palestina, Líbano, Marrocos, Tunísia, Argélia e Somália declararam suas condolências à Rússia, além da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita enfatizou a importância de “combater e responder a todas as formas de extremismo e terrorismo”.

A pasta homônima nos Emirados Árabes Unidos expressou “forte condenação aos atos criminosos e permanente repúdio a todas as forças de violência e terrorismo cujo objetivo é sabotar a segurança e estabilidade global, em contravenção à lei internacional”.

A chancelaria do Catar afirmou “veemente condenação” sobre o incidente e renovou “sua posição contra a violência e o terrorismo independente de motivos ou razões”.

O Kuwait, por sua vez, rechaçou o “ataque terrorista”, assim como Omã, que presou “condolências sinceras” ao governo do presidente russo Vladimir Putin, à população moscovita e às famílias das vítimas.

O Ministério de Relações Exteriores do Bahrein ecoou condolências e expressou desejo de célere recuperação dos feridos, ao reafirmar repúdio a atos de violência.

A chancelaria do Egito declarou “comovida solidariedade ao governo e ao povo da Rússia”, assim como a Jordânia.

Líbano, Tunísia, Argélia e Marrocos também rechaçaram o ataque, ao expressar “plena solidariedade à Federação Russa, condolências às famílias das vítimas e desejo de melhoras a todos os feridos”.

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O presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, condenou o “atentado terrorista contra a sala de espetáculos na capital russa … ao confirmar a solidariedade somali ao governo e povo da Rússia neste momento difícil”.

No Sudão, assolado pela guerra civil, o Ministério de Relações Exteriores, ligado às Forças Armadas que governam o país, rechaçou “nos mais veementes termos” o incidente, ao destacar “confiança na capacidade da Rússia de superar esta provação”.

Em nota, a presidência da Autoridade Palestina (AP), sediada em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, declarou forte condenação ao ataque, ao descrevê-lo como “terrorismo”. Além disso, reforçou sua “solidariedade e apoio à liderança e ao povo amigo da Rússia”.

O grupo palestino Hamas, que administra Gaza e se aproxima de Moscou nas últimas semanas, em meio ao genocídio israelense no enclave palestino, estendeu “sinceras condolências e solidariedade à liderança e ao povo da Rússia, assim como às famílias das vítimas deste ataque hediondo”.

No Iêmen — outro país envolvido em crises geopolíticas no Oriente Médio, sob bombardeios de Estados Unidos, Grã-Bretanha e aliados —, o chefe do Conselho Presidencial, Rashad al-Alimi, ligado ao grupo houthi, emitiu condolências a Putin e condenou o ataque.

A Organização para Cooperação Islâmica rechaçou o “ataque armado que atingiu um salão nos subúrbios de Moscou”. Hussein Ibrahim Taha, secretário-geral da entidade, reafirmou sua oposição “firme e embasada em princípios a todas as formas de terrorismo … e a necessidade de combatê-las”.

Jassim Mohammed Al-Budaiwi, secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), também denunciou o incidente e alertou contra medidas que busquem desestabilizar a segurança global e regional.

Países do Golfo têm relações econômicas com o Kremlin, em particular, no campo de petróleo, por meio do cartel conhecido como OPEP+, que reúne membros e não-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), grupo liderado pela Arábia Saudita.

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Outros, envolvidos em conflitos geopolíticos, como Iêmen e Síria, têm proximidade, senão com Moscou, com Teerã — principal parceiro da Rússia na região.

Guerra de informações

O ataque na Rússia incitou receios sobre a eventual resposta do presidente Vladimir Putin, seja em âmbito interno, regional ou internacional, sobretudo em um clima de volatilidade geopolítica e transição a um sistema global multipolar, à medida que se especulam os culpados.

A Rússia contestou nesta segunda-feira (25) alegações dos Estados Unidos de que um braço do grupo terrorista Estado Islâmico é responsável pelo ataque a tiros em Moscou, ao acusar expressamente Washington de buscar encobrir a eventual participação da Ucrânia.

Trata-se do incidente mais letal na Rússia em duas décadas. Quatro homens entraram na sala de concertos Crocus City Hall na noite de sexta-feira (22), atirando nos presentes durante um espetáculo do grupo de rock Picnic, formado ainda no período soviético.

Um dos suspeitos foi identificado como cidadão da ex-república soviética do Tadjiquistão.

Os quatro capturados até então foram registrados com sinais de espancamento em uma cela na corte distrital de Moscou, sob custódia do Serviço de Segurança Federal.

Após horas de informações vagas, o Estado Islâmico de Coraçane, grupo que opera na região homônima da Ásia Central, entre Afeganistão e Paquistão, reivindicou suposta responsabilidade pelo ataque, afirmação ecoada pela Casa Branca.

Oficiais americanos alegam terem alertado Moscou da possibilidade de um atentado. O Kremlin, porém, insistiu que a chancelaria dos Estados Unidos advertiu, na verdade, seus próprios cidadãos para que evitassem áreas públicas, em nota publicada no início do mês.

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Putin ainda não mencionou publicamente a conexão com o Estado Islâmico — grupo conhecido em árabe por seu acrônimo Daesh. Dmitry Peskov, porta-voz da presidência, confirmou investigações, mas recusou-se a comentar “informações sensíveis”.

A polícia, contudo, afirmou que os suspeitos fugiam para a Ucrânia quando foram apreendidos. A incerteza ganha corpo diante de uma escalada nas trincheiras russo-ucranianas.

Em artigo publicado no jornal Komsomolskaya Pravda, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, acusou Washington de evocar um “bicho-papão” para proteger seus aliados em Kiev.

O presidente da França, Emmanuel Macron, prontamente ecoou as informações do Pentágono. “Penso que seria cínico e contraprodutivo para a Rússia e a segurança de seus cidadãos empregar este contexto para voltar-se contra a Ucrânia”.

Putin ordenou uma invasão completa à Ucrânia em fevereiro de 2022, levando a receios de uma guerra aberta em direção à Europa. Estados Unidos e aliados europeus mantêm apoio ao governo de Volodymyr Zelensky, por meio de sanções e envio de armas.

A invasão russa ao território ucraniano é ilegal.

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