Ao menos 63.285 pessoas morreram ou desapareceram em rotas de migração em todo o mundo no período entre 2014 e 2023, com a maior parte das fatalidades causada por afogamento, reportou a Organização Internacional para Migração (OIM).
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo relatório publicado nesta terça-feira (25), como parte do Projeto Migrantes Desaparecidos da agência das Nações Unidas, parte considerável dos óbitos e desaparecimentos ocorreu no Mar Mediterrâneo, com 28.854 incidências.
Em seguida, estão as regiões da África e Ásia.
Quase 60% das mortes são associadas a afogamento e mais de um terço transcorreram em países em conflito, como Afeganistão, Mianmar, Síria e Etiópia.
Dados mostram que 2023 foi o ano mais letal para os refugiados na última década, com 8.541 mortes, em particular devido à reincidência da crise no Mediterrâneo.
“O aumento nas mortes está provavelmente ligado ao aumento nas partidas e, por inferência, nos naufrágios, em particular, na costa da Tunísia”, destacou o relatório. Na costa tunisiana, ocorreram 729 fatalidades em 2023 contra 426 no ano anterior.
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“Em todos os anos prévios, a maioria das mortes no Mediterrâneo central se documentou no litoral da Líbia”, observou o relatório.
Com a ascensão de partidos xenofóbicos na Europa, governos buscam adotar uma política migratória de contenção e fechamento de fronteiras, inclusive ao destinar recursos repressivos a países como Tunísia e Egito.
Neste mês de março, a União Europeia prometeu um pacote de €7.4 bilhões (US$8 bilhões) ao governo militar do Egito, caracterizado pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, de tendências fascistóides, como “melhor maneira de tratar dos fluxos migratórios”.
Organizações da sociedade civil escreveram ao bloco na última semana para reivindicar “medidas que garantam direitos humanos, sustentabilidade social e ambiental e equidade nos acordos bilaterais Egito–Europa”.
“Nossos receios sobre o conteúdo e escopo dessa parceria — com base em um acordo assinado com a Tunísia em 2023 — são oriundos do registro chocante de direitos humanos no Egito, incluindo em áreas como controle de fronteira e gestão migratória”, alertaram as ongs.
Entre os governos mais veementes contra a migração à Europa, estão a Itália de Meloni, a Hungria do presidente de extrema-direita Viktor Orban e o Reino Unido do Partido Conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak. Na França, a candidata profissional Marine Le Pen parece conquistar tração, assim como partidos de extrema-direita na Alemanha.
Líderes religiosos, no entanto, pedem “compaixão” aos refugiados, expulsos de suas terras por violência e miséria. O Papa Francisco instou uma resposta pan-europeia que impeça o Mediterrâneo de se perpetuar como “mar da morte”.
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Ao menos 63.285 pessoas morreram ou desapareceram em rotas de migração em todo o mundo no período entre 2014 e 2023, com a maior parte das fatalidades causada por afogamento, reportou a Organização Internacional para Migração (OIM).
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo relatório publicado nesta terça-feira (25), como parte do Projeto Migrantes Desaparecidos da agência das Nações Unidas, parte considerável dos óbitos e desaparecimentos ocorreu no Mar Mediterrâneo, com 28.854 incidências.
Em seguida, estão as regiões da África e Ásia.
Quase 60% das mortes são associadas a afogamento e mais de um terço transcorreram em países em conflito, como Afeganistão, Mianmar, Síria e Etiópia.
Dados mostram que 2023 foi o ano mais letal para os refugiados na última década, com 8.541 mortes, em particular devido à reincidência da crise no Mediterrâneo.
“O aumento nas mortes está provavelmente ligado ao aumento nas partidas e, por inferência, nos naufrágios, em particular, na costa da Tunísia”, destacou o relatório. Na costa tunisiana, ocorreram 729 fatalidades em 2023 contra 426 no ano anterior.
“Em todos os anos prévios, a maioria das mortes no Mediterrâneo central se documentou no litoral da Líbia”, observou o relatório.
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Com a ascensão de partidos xenofóbicos na Europa, governos buscam adotar uma política migratória de contenção e fechamento de fronteiras, inclusive ao destinar recursos repressivos a países como Tunísia e Egito.
Neste mês de março, a União Europeia prometeu um pacote de €7.4 bilhões (US$8 bilhões) ao governo militar do Egito, caracterizado pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, de tendências fascistóides, como “melhor maneira de tratar dos fluxos migratórios”.
Organizações da sociedade civil escreveram ao bloco na última semana para reivindicar “medidas que garantam direitos humanos, sustentabilidade social e ambiental e equidade nos acordos bilaterais Egito–Europa”.
“Nossos receios sobre o conteúdo e escopo dessa parceria — com base em um acordo assinado com a Tunísia em 2023 — são oriundos do registro chocante de direitos humanos no Egito, incluindo em áreas como controle de fronteira e gestão migratória”, alertaram as ongs.
Entre os governos mais veementes contra a migração à Europa, estão a Itália de Meloni, a Hungria do presidente de extrema-direita Viktor Orban e o Reino Unido do Partido Conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak. Na França, a candidata profissional Marine Le Pen parece conquistar tração, assim como partidos de extrema-direita na Alemanha.
Líderes religiosos, no entanto, pedem “compaixão” aos refugiados, expulsos de suas terras por violência e miséria. O Papa Francisco instou uma resposta pan-europeia que impeça o Mediterrâneo de se perpetuar como “mar da morte”.