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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Irlanda sugere intervir em processo de genocídio contra Israel em Haia

Ministro de Relações Exteriores da Irlanda, Michael Martin, durante encontro de chanceleres da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica, em 19 de fevereiro de 2024 [Thierry Monasse/Getty Images]

O ministro de Relações Exteriores da Irlanda, Michael Martin, confirmou apresentar ao gabinete uma proposta de intervenção a favor da denúncia sul-africana contra o genocídio israelense em Gaza no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de acordo com informações da agência Anadolu.

O Tánaiste (chanceler) deve levar o texto a seus colegas de governo nesta quarta-feira (27). Caso deferido, Dublin intervirá formalmente no processo realizado sob as prerrogativas da Convenção sobre Genocídio de 1948, ao apresentar seus argumentos a Haia.

Embora sem detalhes até então, Martin assegurou, durante um informe conduzido na última semana, que sua assessoria jurídica reuniu base para a ação de seu país.

O ministro enfatizou a jornalistas que a catástrofe humanitária em Gaza é exacerbada por ações de Israel, sobretudo a obstrução de assistência ao enclave palestino. Conforme Martin, medidas como essa impõem “destruição e danos consideráveis” à população civil.

Nos últimos meses, a Irlanda assumiu a vanguarda europeia nas críticas às ações de Israel, ao encontrar semelhanças entre a resistência e o sofrimento do povo palestino e sua própria história de ocupação e colonização sob o Reino Unido.

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Em uma decisão histórica de 26 de janeiro, a chamada Corte Mundial ordenou Israel a “assumir todas as medidas em seu poder” para prevenir atos que recaíam ao Artigo 2° da Convenção de Genocídio — isto é, crimes cujo intuito é destruir um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

Desde então, no entanto, Israel manteve seu cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

Ao promover suas ações, ainda em outubro, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2,4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.490 palestinos mortos e 74.889 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

Organizações internacionais, incluindo agências das Nações Unidas e o Conselho de Segurança, pedem um cessar-fogo imediato em Gaza, incluindo acesso humanitário. Todavia, sem o aval de Israel. De acordo com a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), a fome “está por toda a parte”.

Segundo dados recentes, ao menos 27 palestinos de Gaza já morreram de fome.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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