Em torno de 125 mil palestinos realizaram suas orações da terceira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, ao desafiar as restrições à liberdade de culto impostas pela ocupação israelense, reportou a agência de notícias Anadolu.
Segundo o sheikh Azzam al-Khatib, diretor-geral do Departamento de Recursos Islâmicos (Waqf), o número é considerado ainda baixo em relação aos anos anteriores, durante o mês do Ramadã, após a congregação chegar a 250 mil pessoas no ano passado.
Um contingente policial pesadamente armado foi posicionado por autoridades israelenses nas principais entradas da mesquita, assim como ruas e vielas na Cidade Velha.
Apenas homens com mais de 55 anos e mulheres com mais de 50 puderam entrar, ao apresentar um documento arbitrário de autorização deferido pela ocupação.
O sheikh Yusuf Abu Sneineh, sacerdote de Al-Aqsa, condenou em seu sermão desta sexta-feira a inação internacional sobre os avanços coloniais de Israel, sobretudo na Faixa de Gaza, onde palestinos enfrentam fome e bombardeios há quase seis meses.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.490 palestinos mortos e 74.889 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados.
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Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
Na segunda-feira (25), o Conselho de Segurança aprovou uma resolução por um cessar-fogo em Gaza até o fim do mês islâmico do Ramadã, em 9 de abril. Os Estados Unidos, que vetaram outras três resoluções, decidiram abster-se, permitindo a ratificação da proposta.
O movimento palestino Hamas acatou a medida; no entanto, sem a anuência de Israel, que manteve bombardeios a Gaza ao longo da semana.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.