Neste Dia da Terra Palestina, celebrado anualmente em 30 de março, a organização de direitos humanos al-Haq emitiu um informe celebrando a aldeia de Beita, a sudoeste de Nablus, na Cisjordânia ocupada, como modelo único de resistência popular contra a ocupação militar e os avanços coloniais israelenses.
Segundo o relatório, disponível em inglês no website da organização, a resistência contra os assentamentos ilegais israelenses em Beita ocorre por meio dos chamados “Guardas da Montanha”.
“Este modelo, caracterizado por sua organização e liderança popular autônoma, intergeracional e inclusiva, entre todos os membros da sociedade, reflete uma comunidade unida e crença pertinaz na resistência como um empreendimento contínuo”, explicou a al-Haq.
#LandDay: This is the story of ongoing popular resistance in Beita in the occupied West Bank. This visual is in partnership with @visualizingpal
Learn more about Beita’s continuous protest of #Israeli settler-colonisation by reading the full report here: https://t.co/DHL4PWiNxR pic.twitter.com/JWeSD2CAfk— Al-Haq الحق (@alhaq_org) March 30, 2024
Beita, como muitas aldeias, é submetida a esforços de colonização israelense, marcados por violência, expropriação de terras, punição coletiva, fechamentos de vias, subjugação econômica e criação de ambientes coercitivos voltados à expulsão da população nativa.
Segundo as informações, a fim de abalar a resistência popular em Beita, o exército da ocupação israelense matou dez residentes, feriu seis mil e deteve outros 150 apenas no período entre maio de 2021 e maio de 2022, após ser criado o assentamento ilegal de Evyatar.
A situação desde então — sobretudo no contexto do genocídio em Gaza e escalada dos pogroms na Cisjordânia e em Jerusalém — apenas se agravou.
A região de Nablus é uma das áreas mais afetadas, em meio a uma campanha de prisões arbitrárias conduzida por Israel que, desde 7 de outubro, encarcerou mais de sete mil palestinos — a maioria sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.
“Israel impõe medidas de punição coletiva, conduz invasões de casas, fecha acessos à aldeia, revoga autorizações de trabalho e destroi estradas e infraestrutura para impedir tanto manifestações populares quanto o movimento de ambulâncias”, reportou a al-Haq.
“Este documento é um testamento da Nakba em curso e da luta ininterrupta contra o regime de apartheid e colonização de Israel, que engendra violência sistemática e nega o direito à autodeterminação do povo palestino”, observou a entidade. “A resiliência e resistência em Beita não refletem apenas seu profundo sacrifício, mas também a persistente busca do povo palestino por liberdade e justiça”.
O Dia da Terra marca o assassinato por forças policiais israelenses de seis palestinos que protestavam contra a tomada de suas propriedades na Galileia, há 48 anos. Denuncia também os crimes israelenses previstos na lei internacional, como expansão dos assentamentos, anexação de terras e supressão de direitos.
Todos os assentamentos nos territórios ocupados são ilegais. Em contrapartida, o direito internacional prevê a resistência contra a ocupação e colonização — incluindo a resistência armada — como legítima.
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