Ao menos 138 jornalistas foram mortos na Faixa de Gaza sitiada nos seis meses de ofensiva israelense, reportou nesta segunda-feira (1°) o gabinete de imprensa do governo local.
“O número de jornalistas mortos aumentou após o falecimento do repórter Mohammad Abu Sakhil, durante a invasão criminosa ao Hospital al-Shifa”, confirmou a assessoria em comunicado, em referência à operação de duas semanas contra o maior centro de saúde do território costeiro, que destruiu as premissas.
O Ministério da Saúde de Gaza reportou a retirada das forças ocupantes de al-Shifa e arredores nesta segunda, deixando para trás dezenas de corpos em decomposição, covas coletivas exumadas, alas de cirurgia incendiadas e centenas de detidos sob relatos de tortura.
Estima-se até 400 mortos em al-Shifa. O hospital ficou inoperante.
A campanha contra jornalistas se soma a uma nova lei, aprovada pelo parlamento israelense (Knesset) para censurar redes de imprensa estrangeiras, com enfoque na Al Jazeera.
Organizações, como o Comitê para Proteção a Jornalistas (CPJ), denunciam “censura e hostilidade contra o trabalho de imprensa, tendência que escalou desde o início da guerra”.
Desde a deflagração do genocídio em Gaza, o regime israelense aprovou uma série de regulações para permitir “temporariamente” o fechamento de redações classificadas como ameaça aos interesses nacionais, com consentimento da justiça.
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Em maio de 2022, soldados israelenses assassinaram a tiros Shireen Abu Akleh, correspondente da Al Jazeera, enquanto cobria uma invasão militar a Jenin, na Cisjordânia ocupada. Um relatório das Nações Unidas confirmou “uso de força letal sem justificativa”.
Durante a guerra a Gaza, diversos profissionais do canal e suas famílias foram alvejados. Em 25 de outubro, um bombardeio israelense matou a família do editor-chefe da Al Jazeera no território palestino, Wael Dahdouh, incluindo esposa, filhos e netos.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.845 mortos e 75.392 feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.