Israel mata voluntários estrangeiros em ataque a comboio assistencial

A ong internacional World Central Kitchen (WCK) confirmou nesta terça-feira (2) que sete voluntários de suas equipes humanitárias em Gaza foram mortos por um ataque conduzido por Israel no dia anterior, segundo informações da agência de notícias Anadolu.

“A equipe viajava em uma zona supostamente segura, em dois veículos blindados marcados com logotipo da World Central Kitchen, além de um veículo sem blindagem”, declarou a organização em nota.

Apesar de coordenar seus movimentos com o exército da ocupação israelense, o comboio assistencial foi atingido ao deixar um armazém em Deir al-Balah, após descarregar mais de cem toneladas de alimento levados a Gaza pelo Mar Mediterrâneo.

“Este não é somente um ataque ao WCK. Este é um ataque a todas as organizações humanitárias que mostram serviço nas piores situações, em que a comida é utilizada como arma de guerra”, comentou Erin Gore, diretora executiva da World Central Kitchen.

Entre os sete mortos estão cidadãos da Austrália, Polônia, Reino Unido e Palestina, além de um cidadão binacional canadense-americano.

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“Estou de coração partido e em choque que nós — a World Central Kitchen e todo o mundo — tenhamos perdido vidas preciosas hoje por conta de um ataque deliberado das forças israelenses”, prosseguiu Gore.

“O amor que essas pessoas tinham por alimentar os outros, sua determinação em mostrar que a humanidade está acima de tudo e o impacto que deixaram serão sempre lembrados e apreciados”, concluiu o obituário.

O atentado, no entanto, forçou a ong a interromper “imediatamente” suas operações na região. “Tomaremos decisões sobre o futuro de nosso trabalho em breve”, confirmou a WCK.

O exército israelense alegou reavaliar as circunstâncias do incidente “trágico”, após os Estados Unidos lamentarem publicamente a ocasião.

“Estamos profundamente chocados pelo ataque que matou trabalhadores da World Central Kitchen em Gaza”, afirmou no Twitter (X) Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança nacional da Casa Branca.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.845 mortos e 75.392 feridos, além de dois milhões de desabrigados.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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