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Sisi é empossado para terceiro mandato na Nova Capital do Egito

Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, no Cairo, em 6 de fevereiro de 2024 [Mark Schiefelbein/AFP via Getty Images]

O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, tomou posse para seu terceiro mandato na Nova Capital Administrativa do país, nesta terça-feira (2).

A posse abre a primeira fase do controverso “elefante branco” estimado em US$60 bilhões, que parece afastar o governo dos centros de manifestação popular da Primavera Árabe, que derrubou o então ditador Hosni Mubarak, em 2011.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Sisi fez seu juramento de posse na Câmara Baixa do Parlamento na Nova Capital. Seu novo mandato, até 2030, começa oficialmente em 3 de abril.

“Os últimos anos mostram que o caminho para construir uma nação não é pavimentado com rosas”, comentou Sisi durante a cerimônia. “Entre terroristas em casa, súbitas crises internacionais e guerras ferozes em torno de nós — estes são os desafios”.

Sisi venceu de maneira controversa as eleições de dezembro, com 89.6% dos votos válidos, sem qualquer concorrente de oposição.

Embora suas promessas de estabilidade e segurança ressoem com parte da população, em particular, no contexto do genocídio israelense em Gaza, o comparecimento foi baixo, mostrando ceticismo do eleitorado diante da carestia e de resultados considerados certos.

LEIA: Egito planeja guerra com Israel, afirma ex-oficial do exército ocupante

Em março, Sisi permitiu a desvalorização da moeda, após assegurar um investimento de US$35 bilhões dos Emirados Árabes Unidos, para auxiliar a combater a escassez crônica de moeda estrangeira, que diluiu as importações e empobreceu o consumidor comum.

A medida, junto a um compromisso declarado com reformas extensivas, incluindo redução do papel do Estado na economia, abriu caminho a um acordo de US$8 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sisi chegou ao poder em 2014, via golpe militar contra o primeiro presidente eleito democraticamente do Egito, Mohamed Morsi. Desde então, o Estado embarcou em gastos exponenciais no setor de defesa e de construção civil ligado ao exército.

Sisi insiste que as obras são essenciais à infraestrutura, para desenvolver o país e acomodar o crescimento demográfico. A população, no entanto, raramente sente benesses socioeconômicas, à medida que a onda de empréstimos resultou em medidas de austeridade.

Neste contexto, investiu US$58 bilhões na Nova Capital Administrativa, na região árida a leste do Cairo. Trata-se do maior dos megaprojetos, que incluem ainda obras rodoviárias, novas cidades e uma expansão do Canal de Suez.

Críticos apontam que tais projetos causam desequilíbrio fiscal, à medida que recursos são desviados à elite militar e o Estado aumenta sua dívida externa.

O Egito teme ainda a transferência compulsória dos 2,4 palestinos de Gaza, sob ataques israelenses, ao deserto do Sinai, via travessia de Rafah. Ainda assim, busca aproveitar o conflito para melhorar sua posição na arena geopolítica, como mediador de negociações.

Grupos de direitos humanos estimam dezenas de milhares de presos políticos no país desde o golpe de Estado de 2013.

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