A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) assinou dois requerimentos de esclarecimento de informações acerca do acordo militar entre Brasil e Israel. Também são signatários a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Em março de 2024 tornou-se público o contrato de R$ 86,1 milhões firmado entre a FAB e a empresa Israel Aerospace Industries LTD (IAI), contratação realizada sem licitação. A empresa israelense prestará serviços de manutenção e logística a dois drones brasileiros durante o período de 58 meses, cobrindo 2.417 horas de voo, visitas técnicas, revisão de motores e fornecimento de componentes.
A IAI é uma empresa pública do Estado de Israel e uma das maiores empresas militares israelenses. De acordo com o Ministério de Defesa israelense, a sua indústria militar “desempenha um papel monumental na economia de Israel”, sendo uma das principais atividades econômicas do estado, e os seus lucros através de contratos internacionais financiam diretamente o genocídio e o apartheid israelense.
Sobre o contrato em questão, os equipamentos são desenvolvidos por Israel em particular para ter uma grande carga útil – até 490kg – foram usados em todos ataques a Gaza, e estão sendo usados no atual genocidio no qual Israel já destruiu 75% da infraestrutura de Gaza e matou mais de 31 mil pessoas. Em uma teleconferência com investidores em 22 de novembro, o CEO da IAI, Boaz Levy,promoveu os drones, destacando que os drones Heron “desempenharam um papel fundamental” nos ataques de Israel a Gaza.
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Diante das recentes declarações do Governo Federal, que até então tem se posicionado publicamente no sentido de reconhecer o genocídio na Faixa de Gaza realizado por Israel, Fernanda Melchionna questiona os ministérios sobre a incoerência das relações firmadas.
“Este é o momento de romper relações comerciais com Israel, e não de fortalecê-los. A manutenção dessas relações é uma incoerência, já que a continuidade de qualquer tipo de contrato entre Brasil e Israel é uma forma de financiar a continuidade do massacre histórico do povo palestino”, afirma Fernanda.
Publicado originalmente em Brasil 247