A Foreign Press Association (FPA) pediu que Israel permita aos jornalistas internacionais “acesso expandido e irrestrito a Gaza”, observando que “seis meses é tempo demais” para que os jornalistas sejam banidos do enclave. Nenhum jornalista estrangeiro foi autorizado a entrar em Gaza desde que Israel lançou sua ofensiva militar mortal em outubro, quando mais de 33.000 palestinos foram mortos, a maioria deles mulheres e crianças.
A FPA é a maior e mais antiga associação de jornalistas internacionais do mundo. Ela disse que o bloqueio de jornalistas por Israel por tanto tempo é “sem precedentes” e “levanta questões sobre o que Israel não quer que os jornalistas internacionais vejam”. Ela observou que as autoridades israelenses rejeitaram repetidamente os apelos da FPA por acesso, tanto em reuniões privadas quanto em uma decisão da suprema corte, citando argumentos logísticos e relacionados à segurança.
LEIA: Israel mata 138 jornalistas em Gaza em seis meses
“A proibição geral limitou a capacidade do mundo de testemunhar o verdadeiro custo da guerra para todos os lados”, disse a organização sem fins lucrativos.
Foreign Press Association presses again for immediate access to Gaza raising “questions about what Israel does not want international journalists to see”. The US administration has also pressed Netanyahu directly on the issue, still no change. pic.twitter.com/aSukADdL2d
— Tom Bateman (@tombateman) April 8, 2024
Enquanto isso, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) informou que, até então, pelo menos 95 jornalistas e profissionais da mídia – 90 palestinos, dois israelenses e três libaneses – estavam entre as mais de 33.000 pessoas mortas desde 7 de outubro. Fontes palestinas estimam o número em 138.
“A verdade é que o mundo exterior vê apenas 10% da realidade real em Gaza, e o que vemos é inimaginável”, disse o jornalista local Diaa Al-Kahlout a Doja Daoud do CPJ.
LEIA: O que faz os jornalistas palestinos se levantarem por Gaza?
Al-Kahlout passou 33 dias em detenção israelense, onde diz ter sido brutalmente interrogado sobre seu trabalho. “Além dos hematomas que ainda estão em meu corpo, não consigo dormir ou descansar normalmente desde que fui libertado”, explicou. “Eu costumava ter acesso a todas as notícias e, hoje, muitas histórias importantes não foram cobertas.”
Outros jornalistas estão lutando para continuar a fazer reportagens diante da escassez de alimentos, combustível e equipamentos, restrições de fornecimento e falta de energia.