A Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou nesta sexta-feira (12) que a crise no Sudão deve piorar nos próximos meses à medida que a distribuição de insumos médicos e humanitários continua restrita, segundo informações da agência Reuters.
O Sudão é tomado por uma guerra civil desde 15 de abril de 2023, travada entre o exército oficial e o grupo paramilitar conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR), que compartilhavam o poder desde o golpe de Estado de 2021.
Desde então, alertas de fome generalizada e deslocamento à força de milhões de pessoas — dentro e fora do país — assolam o Sudão. Milhares de civis foram mortos, embora as estimativas sejam incertas. Ambos os lados são acusados de crimes de guerra.
“Corremos contra o tempo. Sem uma interrupção nos combates e acesso irrestrito à entrega de ajuda humanitária, a crise no Sudão deve piorar dramaticamente nos próximos meses e impactar toda a região”, declarou Christian Lindmeier, porta-voz da OMS.
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“Vemos apenas a ponta do iceberg, a situação pode ser ainda muito pior”, acrescentou.
Segundo Lindmeier, cerca de 15 milhões de pessoas dependem de assistência médica urgente à medida que doenças como cólera, malária e dengue se espalham por toda a região.
Suprimentos médicos ao país são estimados em apenas 25% das demandas e entre 70% e 80% das instalações de saúde sudanesas estão inoperantes. “Alguns estados, como Darfur, não receberam suprimentos médicos no último ano”, reiterou Lindmeier.
O sistema de saúde — incluindo mecanismos de vacinação — estão à margem do colapso.