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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Doenças transmitidas pela água assolam Gaza devido a cerco e calor, alerta ONU

Palestinos fazem fila em busca de água em meio ao cerco militar de Israel em Gaza, 23 de março de 2024 [Mahmoud Issa/Agência Anadolu]
Palestinos fazem fila em busca de água em meio ao cerco militar de Israel em Gaza, 23 de março de 2024 [Mahmoud Issa/Agência Anadolu]

Doenças transmitidas pela água estão se espalhando em Gaza devido à falta de insumos seguros e aumento das temperaturas na região, advertiu nesta sexta-feira (12) Jamie McGoldrick, coordenador e assuntos humanitários das Nações Unidas.

As informações são da agência de notícias Reuters.

“As temperaturas estão subindo”, alertou McGoldrick à imprensa por videoconferência realizada de Jerusalém ocupada. “As pessoas têm acesso a muito menos água do que precisam; há, portanto, um surto de doenças transmitidas pela água, em meio à falta de recursos e ao colapso dos sistemas de saneamento.”.

“Temos de encontrar uma maneira, nos próximos meses, de melhorar o abastecimento de água às áreas onde as pessoas estão refugiadas em massa no presente momento”, acrescentou McGoldrick, após uma visita recente a Gaza, no fim de seu mandato de três meses.

Água contaminada e saneamento precário estão relacionados a doenças como cólera, difteria e hepatite A, segundo sucessivos alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desde outubro, devido à ofensiva israelense a Gaza, foram documentados pela OMS ao menos 345 mil casos de difteria, incluindo 105 mil crianças abaixo de cinco anos de idade.

Sob pressão internacional, Israel prometeu ampliar o fluxo humanitário a Gaza, ao alegar ter permitido a retomada das operações de distribuição de água na região norte. A crise, no entanto, persiste, incluindo ataques a rotas assistenciais e infraestrutura civil.

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A única fonte de água da estreita Faixa de Gaza — que abriga 2.4 milhões de pessoas — é o aquífero costeiro de Basin, que corre no Mediterrâneo Oriental desde a costa norte da península do Sinai, no Egito, através de Gaza, até o território considerado Israel.

A qualidade do aquífero se deteriorou gravemente ao longo dos 17 anos de cerco militar israelense. Organizações humanitárias denunciam Israel por utilizar os insumos hídricos como arma de guerra e limpeza étnica contra a população nativa.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do braço armado do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis

Em Gaza, são 33.634 mortos e 76.214 feridos, além de dois milhões de desabrigados.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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