A Irlanda está próxima de reconhecer oficialmente um Estado palestino e gostaria de fazê-lo em sintonia com Espanha e outros países, destacou o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, nesta sexta-feira (12), após se reunir com seu homólogo espanhol, Pedro Sanchez.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Espanha e Irlanda — cujos governos assumiram a vanguarda da defesa do povo palestina na Europa, desde a deflagração do genocídio em Gaza — anunciaram em março trabalhos conjuntos para reconhecer um Estado palestino, junto de Malta e Eslovênia.
As ações coincidem com apelos por cessar-fogo no território palestino, sob bombardeios indiscriminados de Israel há mais de seis meses.
“A esta altura, estamos muito mais próximos de avançar juntos nesta medida”, comentou Harris, que assumiu o governo na semana passada. “Quando avançarmos, gostaria de fazê-lo com tantos países quanto possível, para dar peso à decisão. Os israelenses merecem paz e segurança, assim como os palestinos. Mesma soberania, mesmo respeito”.
Israel insiste na falácia de que reconhecer os direitos legítimos de autodeterminação dos palestinos nativos seria um “prêmio ao terrorismo”. O Estado colonial, no entanto, se recusa a negociar uma solução pacífica ao conflito de gerações.
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O encontro com Harris é parte de uma turnê de Sanchez junto a governantes europeus para promover a aceitação de um Estado palestino, como determina a lei internacional.
Após se reunir em Oslo com o premiê norueguês Jonas Gahr Store, Sanchez observou que há “sinais claros” entre os Estados-membros da União Europeia de que há interesse em reconhecer oficialmente um Estado palestino.
Sanchez diz que o reconhecimento espanhol deve se dar até julho.
Harris prometeu manter conversas com países parceiros na Europa e além, incluindo encontros com líderes de seu continente na próxima semana.
O ministro de Relações Exteriores da Irlanda, Michael Martin, confirmou que sua pasta está preparada para encaminhar uma proposta formal ao governo sobre a matéria.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do braço armado do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.
Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis
Em Gaza, são 33.634 mortos e 76.214 feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.