Os EUA estão considerando mais de US$ 1 bilhão em novos negócios de armas para Israel, incluindo munição para tanques, veículos militares e projéteis de morteiro, em meio à escalada das tensões no Oriente Médio, de acordo com o Wall Street Journal, citando autoridades americanas, na sexta-feira,.
O acordo proposto pelo governo Biden inclui transferências de US$ 700 milhões em munição para tanques de 120 mm, US$ 500 milhões em veículos táticos e menos de US$ 100 milhões em cartuchos de morteiro de 120 mm, informou o jornal.
Esse pacote, supostamente um dos maiores para Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas, seria um acréscimo aos que constam em um acordo de ajuda militar atualmente em trâmite no Congresso, segundo a reportagem.
A venda exigiria a aprovação do Congresso dos EUA e poderia levar meses ou anos para ser entregue, disse.
Os EUA estão enfrentando uma enxurrada de críticas por fornecerem ajuda militar a Israel em meio a relatos de Tel Aviv alvejando civis – com mais de 34.000 palestinos, em sua maioria mulheres e crianças, mortos em Gaza, e relatos confiáveis de violações da lei internacional e da lei dos EUA, incluindo o bloqueio da ajuda americana.
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No mês passado, meia dúzia de senadores democratas enviaram uma carta ao presidente Joe Biden pedindo que ele interrompesse a venda de armas a Israel, pois o país está violando uma lei de 1961 que proíbe a venda de armas a nações que obstruem a entrega de ajuda americana.
“Os Estados Unidos não devem fornecer assistência militar a nenhum país que interfira na assistência humanitária dos EUA”, escreveram os senadores. “A lei federal é clara e, dada a urgência da crise em Gaza e a recusa repetida do primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu em abordar as preocupações dos EUA sobre essa questão, é necessária uma ação imediata para garantir uma mudança na política de seu governo.”
Um memorando de 8 de fevereiro assinado por Biden exige que os países que recebem assistência militar dos EUA forneçam a Washington “garantias por escrito confiáveis e críveis” de que as armas serão usadas em conformidade com “a lei internacional de direitos humanos e a lei humanitária internacional”.
Israel apresentou garantias por escrito ao Departamento de Estado no mês passado, mas grupos de direitos humanos disseram que essas garantias não eram confiáveis e pediram ao governo que suspendesse as transferências de armas para Israel.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse no mês passado que “não foi constatado que [Israel] esteja violando a lei humanitária internacional, seja no que se refere à condução da guerra ou ao fornecimento de assistência humanitária”.