O célebre chef Jose Andrés descreveu os trabalhadores da World World Central Kitchen (WCK) assassinados por Israel em Gaza como “o melhor da humanidade”, durante um memorial realizado nesta quinta-feira (25) na Catedral Nacional de Washington, com a presença de centenas de pessoas.
A missa foi marcada por luto e questões sobre as circunstâncias do ataque.
As informações são da agência de notícias Reuters.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alegou “erro”, após o bombardeio de precisão incorrer na morte de voluntários estrangeiros. O incidente agravou a crise sem precedentes de diplomacia e relações públicas enfrentada pelo regime de apartheid.
Em entrevista concedida à Reuters, após a tragédia, Andrés reiterou que o ataque israelense foi conduzido “sistematicamente, carro por carro”.
Comovido, o chef e fundador da WCK prestou homenagem a cada uma das vítimas: Saifeddin Issam Ayad Abutaha, John Chapman, Jacob Flickinger, Lalzawmi Frankcom, James Henderson, James Kirby, e Damian Sobol.
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“As sete almas de quem hoje lembramos estavam lá para dar de comer aos famintos”, observou Andrés, ao mencionar a crise humanitária em Gaza, sob cerco israelense. “Arriscaram tudo para alimentar pessoas que sequer conheciam”.
“Eles eram o melhor da humanidade”, acrescentou. “Seu exemplo deveria nos inspirar a sermos melhores e a agir melhor”.
Andrés destacou que sua organização continua a reivindicar uma investigação sobre as ações do exército israelense, para além das alegações oficiais. “Não tem desculpa para esses assassinatos. Nenhuma”, enfatizou Andrés.
O memorial incluiu leituras e preces das tradições islâmica, judaica e cristã, além de uma homenagem prestada pela renomada violoncelista, Yo-Yo Ma.
Mais de 500 pessoas estiveram presentes, incluindo familiares das vítimas, trabalhadores da WCK, oficiais e diplomatas de mais de 30 países.
Doug Emhoff, marido da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, representou a Casa Branca. O presidente Joe Biden — que insiste em seu apoio incondicional a Israel — justificou a ausência por compromissos de viagem em Nova York.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 34.262 mortos e 77.229 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.
Oito mil pessoas estão desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, deferida em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, medicamentos ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.