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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

EUA confirmam 80 mil mortos e feridos em Gaza até o fim de 2023

Cidadão palestino carrega menino ferido pelos bombardeios israelenses na Cidade de Gaza, em 31 de outubro de 2023 [Stringer/Agência Anadolu]

O Departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou em seu relatório anual sobre direitos humanos no mundo que Israel matou ou feriu ao menos 80 mil palestinos em Gaza até o fim de 2023, isto é, nos três primeiros meses da violenta ofensiva contra o território costeiro.

Conforme o relatório, entre outubro e dezembro, a campanha israelense “matou mais de 21 mil palestinos e feriu mais de 56 mil […] ao deslocar a vasta maioria dos residentes de Gaza e causar severa crise humanitária”. A soma equivale a 3% da população.

Os números, no entanto, continuaram a subir desde janeiro, em meio ao genocídio de Israel.

Estima-se hoje ao menos 34.262 mortos e 77.229 feridos, superando 110 mil vítimas, ou 5% da população. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.

Há ainda dois milhões de desabrigados e oito mil desaparecidos.

“Israel deve conduzir suas operações militares de acordo com a lei internacional e assumir todas as precauções para protege civis”, declarou o relatório. “Continuamos a expressar com urgência nossas apreensões em torno de dezenas de milhares de civis mortos e feridos — entre os quais, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e outros indivíduos vulneráveis”.

LEIA: EUA aprovam jatos e bombas a Israel à véspera de ofensiva a Rafah

Washington reafirmou ainda “preocupações sobre o acesso humanitário dos civis palestinos e o deslocamento da maioria da população, assim como um número sem precedentes de jornalistas mortos”

O relatório desmente dúvidas postas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em torno das baixas em Gaza. As conclusões contrastam ainda a persistente política de envio de armas a Israel, incluindo um pacote bilionário aprovado na última semana.

Biden sofre crise interna em plena campanha eleitoral, na qual volta a enfrentar seu antecessor republicano Donald Trump. Eleitores progressistas — fundamentais à vitória de Biden em 2020 — citam o apoio democrata ao genocídio em Gaza como razão para se abster.

Nesta semana, a crise nos Estados Unidos atingiu um novo ápice com numerosos protestos pró-Palestina em universidades de todo o país. Apesar da repressão policial, atos de solidariedade, com início em Columbia, em Nova York, continuaram a crescer.

LEIA: Cúmplice de genocídio: de onde Israel obtém suas armas?

Em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (22), o secretário de Estado, Antony Blinken, prometeu monitorar relatos de que Israel tem violado a lei internacional em Gaza e Cisjordânia, incluindo eventual envolvimento de armas americanas.

Blinken alegou que o processo será justo — “seja um país rival ou aliado”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 34.262 mortos e 77.229 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.

Oito mil pessoas estão desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

Desde então, a Casa Branca ordenou veto em sucessivas resoluções de cessar-fogo no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na única ocasião em que se absteve, afirmou que o armistício aprovado era “não-vinculativo”, de modo que Israel seguiu com os bombardeios.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, deferida em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, medicamentos ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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