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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Novo primeiro-ministro da Autoridade Palestina promete reformas

Primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohammad Mustafa, durante a primeira reunião de seu gabinete em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, 2 de abril de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O recém-empossado primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Mustafa, anunciou nesta terça-feira (23) um novo pacote de reformas na administração estabelecida em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em meio a pressão global por retomada de negociações com Israel.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Mustafa, nomeado pelo presidente Mahmoud Abbas, afirmou que seu governo deve introduzir medidas de transparência e combate à corrupção, reformas nos setores de justiça e segurança e melhorias na eficácia dos serviços públicos.

Mustafa prometeu também melhorar os setores de educação e saúde, robustecer as finanças e implementar reformas econômicas solicitadas por órgãos internacionais.

As reformas condizem, em boa parte, com promessas de seu antecessor, Mohammed Shtayyeh, que renunciou do cargo em fevereiro, à medida que a Autoridade buscava ampliar seu papel em Gaza, em um eventual cenário pós-guerra no qual substituiria o governo do Hamas.

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Estados Unidos e outros países pressionam Ramallah a implementar reformas abrangentes cujo intuito é restabelecer confiança entre os palestinos, desiludidos com os 30 anos da Autoridade, instituída pelos Acordos de Oslo de 1993.

Elementos de rejeição doméstica envolvem a capitulação no setor tributário, dependência fiscal e coordenação de segurança com as forças coloniais israelenses, ao reprimir focos da resistência nacional em nome da ocupação.

Os palestinos se queixam também da falta de legitimidade democrática de Abbas e seu governo, responsável por cancelar sucessivas eleições.

A urgência de reformas retornou aos holofotes devido à questão sobre a governança em Gaza, à medida que Israel mantém ataques indiscriminados há 200 dias, deixando 34 mil mortos, 76 mil feridos, dois milhões de desabrigados e 70% da infraestrutura destruída.

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Apesar da oposição contumaz do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Washington e aliados insistem que a Autoridade deve estar envolvida na gestão pós-guerra. Tel Aviv, todavia, parece buscar a reocupação ilegal de Gaza, por meio da expulsão dos palestinos nativos.

A maior parte dos países ocidentais insistem na chamada solução de dois Estados, com Israel ao lado de um Estado palestino. O lado israelense, no entanto, recusa-se a seguir com negociações há anos. O partido Likud, liderado por Netanyahu, por exemplo, proclama em seu manifesto um Estado único e exclusivamente judaico — “do rio ao mar”.

Apesar de sua aliança com Washington, Abbas se mostrou descontente na última semana após os Estados Unidos vetarem a filiação da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU), em votação realizada no Conselho de Segurança.

Abbas alegou reconsiderar as relações bilaterais com o Washington.

A Autoridade Palestina, entretanto, enfrenta uma dura crise financeira, que deixou a maioria de seus funcionários públicos sob redução salarial há mais de dois anos.

A crise se agravou com o genocídio em Gaza e a conseguinte escalada colonial em Jerusalém e Cisjordânia, incluindo pogroms perpetrados por supremacistas judeus contra cidades e aldeias palestinas. Israel apelou à escalada em Gaza para reter ainda mais impostos coletados em nome da Autoridade Palestina, ao acusar membros do governo de apoiar o Hamas.

As ações israelenses são punição coletiva e crime de guerra.

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