Autoridades francesas lançaram uma campanha de despejos de refugiados de diversas áreas na capital Paris, como aparente preparativo aos Jogos Olímpicos de 2024, entre 26 de julho e 11 de agosto.
Nas últimas semanas, policiais e gendarmes foram avistados invadindo e desmontando diversos acampamentos por toda a cidade, incluindo no distrito de Vitry-sur-Seine, na região suburbana do sul de Paris. O acampamento local era o maior da cidade, com 450 pessoas.
Segundo relatos e ativistas, a polícia assumiu tais ações com o objetivo de “limpar” Paris para os Jogos Olímpicos, dentro de três meses. Críticos apontam apreensão sobre o destino, direitos e moradia dos refugiados, novamente sem ter para onde ir.
Conforme os alertas, as autoridades não forneceram aos imigrantes despejados alternativas de moradia de longo prazo, mas sim os transportaram à força, em diversos ônibus, a cidades como Orleans ou Bordeaux, a certa distância de Paris.
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O município negou as “operações de limpeza” como preparativo às Olímpiadas, ao alegar razões de segurança, como presença de escolas próximas. A alegação sugere racismo.
Conforme a agência Associated Press, a ministra dos Esportes da França, Amelie Oudea-Castera, insistiu que as medidas “não têm nada a ver com as Olimpíadas”, realizadas “antes e depois dos jogos”.
“Queremos que aqueles em situações difíceis sejam tratados da forma mais humana possível”, acrescentou a ministra. “É por isso que trabalhamos com grupos assistenciais. Queremos tornar as coisas tão justas quanto podem ser”.
O governo francês é criticado por medidas racistas e discriminação endêmica contra refugiados e minorias, sobretudo muçulmanos e africanos.
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