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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Delegação latino-americana participa da 5ª Conferência de Parlamentares por Jerusalém

Trinta representantes de 12 países latino-americanos estão presentes entre os 600 emissários de todo o mundo que se reúnem em Istambul para a 5ª Conferência de Parlamentares por Al-Quds, a partir desta sexta-feira, 26 de abril.

Nesta sexta-feira (26), um grupo de quase 600 congressistas e lideranças internacionais de mais de 75 países se reuniu em Istambul, na Turquia, para a 5ª Conferência de Parlamentares por Al-Quds (Jerusalém), com enfoque no genocídio israelense em Gaza.

O evento, intitulado “Liberdade e Independência para a Palestina”, contou com 30 emissários de 12 países da América Latina, entre os quais, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Nicarágua e Honduras.

A sessão de abertura contou com a presença do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

A conferência deve durar três dias, com atividades de solidariedade ao povo palestino. Entre as ações, está a Iniciativa Temporada de Jerusalém, incluindo personalidades e entidades parceiras que contribuem com o trabalho humanitário nos territórios ocupados.

O presidente da liga, Hamid bin Abdullah al-Ahmar, realizou o discurso inaugural, ao reiterar que o genocídio israelense em Gaza fez “uma piada da ordem mundial” e denunciar a hipocrisia dos países ocidentais.

Al-Ahmar destacou a importância da plataforma global em defesa dos direitos palestinos, assim como a simbologia de Jerusalém para a luta por justiça. Conforme al-Ahmar, o fórum representa o maior diálogo interparlamentar global sobre a matéria, sobretudo no contexto atual.

“Desde a criação da liga, nove anos atrás, parlamentares livres do mundo islâmico, da África, da Ásia se juntaram a nós, além de uma densa presença da América Latina e crescente participação da Europa”, comentou al-Ahmar. “Nos tornamos uma plataforma para todos, com suas diversas afiliações, unidos pela humanidade comum em torno da justiça e contra a tirania da ocupação israelense sobre a Palestina”.

Al-Ahmar alertou que Israel e aliados buscam concluir seu projeto de limpeza étnica, sobretudo ao atacar a Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), com intuito de forçar o deslocamento da população nativa e impossibilitar o direito de retorno.

Al-Ahmar enfatizou a importância de uma aliança global por princípios humanitários e exaltou o apoio da África do Sul por suas denúncias ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, que incorreram na aprovação do processo de genocídio contra Israel. A medida teve apoio brasileiro.

Erdogan declarou ao plenário que a Conferência de Parlamentares por Al-Quds “tornou-se a voz e alma da questão palestina em âmbito global, graças a suas atividades”.

“Ninguém pode esperar de nós que fiquemos em silêncio diante de um genocídio contra nossos irmãos palestinos, que resistem sozinhos há 203 dias”, acrescentou o presidente.

Ismail al-Ashqar, membro do Conselho Legislativo Palestino, pediu aos congressistas intervenção urgente “para pôr termo à guerra genocida travada contra Gaza” e alertou contra os planos para impor supremacia judaica em Jerusalém ocupada, incluindo a Mesquita de Al-Aqsa.

Ahmed al-Kharshi, vice-presidente da Assembleia Nacional da Argélia reforçou a importância da representação palestina nos congressos globais. “A guerra de extermínio contra a Gaza expôs a fragilidade da comunidade internacional que alega proteger a humanidade”, observou.

Fawzi al-Nuwairi, vice-líder da Câmara dos Representantes da Líbia, ecoou os agradecimentos à África do Sul e pediu “ruptura de relações [com Israel] e promulgação de leis que confrontem a normalização e imponham sanções”.

Representantes de Marrocos, Tunísia, Djibouti, Catar, Iraque, Líbano, Irã, Malásia, Uzbequistão e Paquistão também discursaram no primeiro dia do evento.

Julia Perié, ex-deputada argentina e atual parlamentar do Mercosul, reiterou: “Cento e quarenta países reconhecem a Palestina. Ainda assim, o povo palestino parece sozinho face à máquina de matar de Israel, em sua guerra genocida. Temos de agir para pôr fim ao genocídio e unir vozes e fileiras em apoio aos direitos do povo palestino”.

Estão presentes ainda Andrónico Rodríguez e Israel Huaytari Martínez, presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados da Bolívia, respectivamente. O Estado boliviano, governado por Luis Arce, foi o primeiro a cortar relações com Israel na atual conjuntura.

Participam também Engels Martin Pineda García, representante de Honduras e vice-presidente do Comitê de Relações Internacionais do Parlamento Centro-Americano (Parlacen); Francisco Aníbal Perié, ex-subsecretário do Ministério de Direitos Humanos da Argentina; e Guillermo Barreto, ex-ministro do Meio Ambiente da Venezuela.

A participação dos emissários latino-americanos se deu mediante organização do Fórum Latino Palestino (FLP), com a presença do presidente da entidade Mohamad El-Kadri.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 34.262 mortos e 77.229 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.

Oito mil pessoas estão desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

O avanço israelense em Gaza causou diversas cisões geopolíticas, sobretudo entre as potências ocidentais, como Estados Unidos e países da Europa, favoráveis a Israel, e o chamado Sul Global — majoritariamente solidário ao povo palestino.

Na América Latina, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile) denunciaram genocídio. O incumbente de ultradireita da Argentina, Javier Milei, no entanto, contrapôs a tendência, ao se manter alinhado ao apartheid.

Ativistas, contudo, pressionam governantes solidários a ir além e romper relações econômicas e diplomáticas com Israel.

Apesar de um mandado de Haia, deferido em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, medicamentos ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: “Anatomia do Genocídio” de Israel: traga de volta o Comitê Especial da ONU contra o apartheid

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