Um clube de futebol de Londres está organizando um torneio beneficente no próximo domingo (5), para angariar fundos a uma equipe paraolímpica de ciclismo da Faixa de Gaza.
O Clapton Community Football Club (CCFC) se uniu à iniciativa Football for Palestine (FFP) com o intuito de realizar uma série de amistosos e atividades culturais em apoio aos Sunbirds de Gaza, que tiveram de interromper suas ações devido ao genocídio israelense no território sitiado.
Hoje, os ciclistas paraolímpicos se concentram em distribuir ajuda humanitária em Gaza, apesar dos persistentes bombardeios.
O torneio, ou Copa Mohammed Barakat, foi batizado ao futebolista palestino morto por mísseis israelenses em 11 de março. O campeonato terá início às 11h00 de Londres, no Old Spotted Dog Ground, casa do Clapton.
Estandes informarão os visitantes sobre as campanhas da FFP, tanto em termos de doação para os palestinos de Gaza, quanto em termos de boicote aos esforços de sportswashing de Israel — isto é, ao utilizar eventos esportivos para encobrir crimes de guerra e lesa-humanidade.
Os realizadores destacaram a influência política de instituições como a Federação Internacional de Futebol (FIFA), ao requerer que se repita a proibição imposta à Rússia em eventos esportivos. O clube criticou a FIFA e sua contraparte europeia, a UEFA, por permitir a participação de Israel, apesar das violações em Gaza e na Cisjordânia.
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Ao conversar com o MEMO, Marral Shamshiri, organizador da FFP, declarou: “Estamos chocados e ultrajados que o futebol internacional permaneça em silêncio apesar dos reiterados apelos da federação palestina para que órgãos esportivos, como a FIFA, ajam contra as claras violações de Israel ao próprio compromisso e estatuto dessas instituições”.
Shamshiri afirmou que o apartheid na África do Sul não foi derrotado pela elite política, mas sim por uma frente unida de solidariedade internacional entre pessoas comuns.
Segundo seu relato, construir e popularizar os boicotes econômicos, culturais e esportivos anti-apartheid levou anos; contudo, em último caso, conseguiu pressionar corporações e governos a retirar investimentos do sistema de discriminação racial.
“Não podemos e não devemos perder de vista o fato de que o movimento de solidariedade com o povo palestino nunca foi tão mobilizado e poderoso, em tantos fronts distintos”, acrescentou Shamshiri. “Será uma longa e árdua luta até a libertação palestina”.
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O Clapton foi fundado em 2021 após uma crescente onda no Reino Unido de repressão a vozes palestinas. Um dos fundadores, Medb, é um ativista pró-Palestina de longa data.
“Há clara urgência de formalizar nossos princípios antifascistas e de solidariedade global contra todas as formas de opressão”, explicou Medb. “Com a ascensão de um novo regime repressivo, sentimos necessidade de utilizar as ferramentas da rede de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) e da Campanha Palestina para Boicote Cultural e Acadêmico a Israel (PACBI)”.
O Clapton se tornou o primeiro do Reino Unido a receber o título de “Zona Livre de Apartheid”, comentou Medb.
Angus, voluntário do Clapton, reafirmou o poder de união e congregação do esporte. “O futebol pode ser uma enorme força para unir as pessoas. Um de nossos objetivos, com estes amistosos, é simplesmente nos reunir e expressar nossa solidariedade comum”.
Durante o evento beneficente, haverá partidas, exibições de filmes, oficinas de arte, food trucks, estandes e cortes de cabelo. Na mostra de filmes, estão os documentários “Why Celtic Football Club Supports Palestinians” e “Football In Palestine: Fixing What Politics Has Destroyed”.
Entre os artistas confirmados estão Oracy, rapper de Londres, Nihal, DJ egípcio, e Old Dog Disco, grupo de vizinhos do clube e também DJs.
Serão disponibilizados também pratos do Café Palestina, como forma de apoio à economia da comunidade.
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