A carta foi assinada por diversas personalidades e organizações. Iniciativa da Anistia Internacional e do coletivo Vozes Judaicas por Libertação, o texto é uma reação ao anúncio de que o presidente Lula avalizou a compra, pelo Exército brasileiro, de 36 veículos blindados da empresa Elbit System, maior empresa de tecnologia militar do estado israelense. Os signatários querem que Lula suspenda o contrato que pode chegar perto de R$ 1 bilhão.
Vencedora de licitação, a fabricante é uma das responsáveis pela construção e manutenção do muro do apartheid israelenses pelos sistemas de vigilância dos assentamentos ilegais de colonos em terras palestinas.
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De acordo com as fontes citadas na carta, a Elbit tem expandido os seus lucros com o aumento das exportações desde o início da guerra em Gaza.
Entre os signatários estão o músico Chico Buarque, o ex-ministro de direitos humanos Paulo Sérgio Pinheiro, o professor Vladimir Pinheiro Safatle e o escritor Milton Hatoum. A CUT, a FEPAL, o MST, o MTST, o MNU, as Mães de Maio e a Rede Universitária de Solidariedade à Palestina, os partidos PCdoB, PSOL, PSTU, UP e vinte e cinco parlamentares, incluindo as deputadas Juliana Cardoso (PT-SP) e Erika Hilton (PSOL-SP) e o deputado Eduardo Suplicy (PT-SP). O Monitor do Oriente Médio (MEMO) também assina o documento dirigido a Lula.
Ao cobrar uma atitude do governo brasileiro, a carta alerta que a agressão iniciada na segunda-feira contra a cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, onde se encontram aproximadamente 1,5 milhão de palestinos, incluindo mais de 1 milhão de deslocados de outras localidades da faixa, coloca em risco a continuidade da existência palestina em Gaza.