O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, prometeu nesta quarta-feira (22) “medidas punitivas” contra a Autoridade Palestina e instou o premiê Benjamin Netanyahu a aplicar passos adicionais após Irlanda, Noruega e Espanha confirmarem o reconhecimento formal do Estado da Palestina, a partir de 28 de maio.
Segundo Smotrich, impostos palestinos coletados pelas autoridades israelenses nos territórios ocupados serão retidos “até novo aviso”. Um acordo com Oslo para facilitar a transferência dos recursos também será revogado, insistiu o ministro.
A Autoridade Palestina enfrenta uma crise fiscal pela retenção de recursos.
“A Noruega foi a primeira hoje a reconhecer unilateralmente um Estado palestino e, portanto, não pode ser nosso parceiro na Judeia e Samaria [sic]”, alegou o ministro de extrema-direita, ao adotar a terminologia colonial para a Cisjordânia.
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Segundo o jornal israelense Haaretz, Smotrich voltou a pressionar Netanyahu, incluindo através da “construção de dezenas de milhares de unidades habitacionais; estabelecimento de um novo assentamento ‘para cada país que reconheça um Estado palestino’; revogação do acordo com a Noruega; promoção de medidas do governo para robustecer os assentamentos; e revogação de vistos de passagem de oficiais da Autoridade Palestina nas fronteiras, além de sanções a eles e suas famílias”.
Irlanda, Noruega e Espanha anunciaram a medida nesta quarta-feira. Israel respondeu ao retirar seus embaixadores das respectivas capitais.
A medida dos países europeus serve de pressão a um cessar-fogo em Gaza, onde ações de Israel — equivalentes ao crime de genocídio — deixaram 35 mil mortos e 80 mil feridos até então. A decisão se soma ainda ao mandado de prisão requerido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, contra Netanyahu.