O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou a abertura de uma embaixada de seu país na cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, confirmou Luis Gilberto Murillo, ministro de Relações Exteriores, nesta quinta-feira (23), segundo informações da agência Reuters.
“O presidente Petro deu instruções para abrirmos uma embaixada colombiana em Ramallah, ou seja, uma representação da Colômbia na cidade palestina, que é o próximo passo que estamos tomando”, declarou o chanceler.
Murillo observou crer que mais países devem seguir a recente onda de esforços internacionais para reconhecer o Estado da Palestina e apoiar sua adesão plena às Nações Unidas.
Nesta semana, Irlanda, Noruega e Espanha se somaram aos países que reconhecem o Estado da Palestina. Espera-se que Malta e Eslovênia sigam a deixa.
Em 1° de maio — em um ato que reuniu milhares de pessoas para o Dia dos Trabalhadores em Bogotá —, Petro anunciou a ruptura de relações diplomáticas com Israel, ao fechar a embaixada do Estado colonial sionista na capital colombiana dois dias depois.
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Desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, em outubro, Petro assumiu a vanguarda das críticas internacionais ao “massacre” do povo palestino, inclusive ao compará-lo com outros crimes de genocídio, como o Holocausto perpetrado pelos nazistas.
Petro também suspendeu as trocas militares com a ocupação israelense — um aspecto histórico do relacionamento entre os países — e retirou seu embaixador de Tel Aviv.
A Colômbia, sob sua gestão, também solicitou entrada no processo da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, somando-se ao Brasil, que aderiu ao caso ainda em janeiro, quando a corte deferiu “plausibilidade” do genocídio.
A Colômbia não é o primeiro país latino-americano a cortar laços com a ocupação. No final de outubro, a Bolívia do presidente Luis Arce rompeu relações com o regime de apartheid. Chile e Honduras retiraram seus embaixadores do Estado ocupante.
Apesar de pressões internas e uma contenda acalorada com o regime israelense, que o declarou persona non grata, o governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva ainda posterga a ruptura de laços com a ocupação colonial sionista.
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Ramallah, na Cisjordânia, serve de capital administrativa para a Autoridade Palestina.
Em 10 de maio, a Assembleia Geral votou por ampla maioria pela filiação da Palestina às Nações Unidas e recomendou que o Conselho de Segurança “reconsidere a matéria”, após uma série de votações favoráveis vetadas pela delegação dos Estados Unidos.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 35.709 mortos e 79.990 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, ao menos 15 mil são crianças.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.