Reconhecimento da Palestina é ‘fracasso sem precedentes’, lamenta oposição israelense

Yair Lapid, ex-premiê israelense e líder da oposição, lamentou a decisão de Irlanda, Noruega e Espanha de reconhecer o Estado da Palestina como um “fracasso político sem precedentes”, de acordo com informações da agência Anadolu.

Para Lapid, considerado centrista, a medida é uma “desgraça” e produto direto das políticas do atual premiê Benjamin Netanyahu.

Os três países europeus confirmaram o reconhecimento do Estado palestino nesta quarta-feira (22). A medida entrará em vigor na próxima semana, em 28 de maio.

Para o comentarista político israelense Ben Caspit, “é apenas o começo”.

“Durante os oitos meses que este fraquíssimo governo de Netanyahu passou no poder, o sonho do Hamas [sic] se tornou mais realista: um porto em Gaza, aumento dos direitos palestinos nas Nações Unidas e fortalecimento de sua posição no órgão, incluindo uma votação de lavada pela formação de seu Estado”, comentou Caspit a uma rádio local.

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Lapid, no entanto, indicou capitulação a fim de preservar o projeto colonial sionista. Para o líder da oposição, “Netanyahu deve declarar certas condições e garantias específicas para aceitar um futuro Estado palestino que aceite combater o terrorismo [sic]”.

O ex-premiê não deu detalhes, no entanto, das propostas colaboracionistas.

Irlanda, Noruega e Espanha se somam a oito países da Europa que já reconhecem o Estado da Palestina: Bulgária, Polônia, República Tcheca, Romênia, Eslováquia, Hungria, Suécia e Chipre.

Há expectativa de que Malta e Eslovênia sigam a deixa.

O reconhecimento do Estado palestino serve de resposta aos ataques indiscriminados de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, deixando 35.709 mortos e 79.990 feridos. Dentre as fatalidades, ao menos 15 mil são crianças.

Em torno de 70% da infraestrutura civil de Gaza foi destruída pela varredura norte-sul realizada pelas forças ocupantes. Hospitais, escolas, abrigos e mesmo rotas de fuga não foram poupadas.

Dois milhões de pessoas foram desabrigadas.

Netanyahu, junto de seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, tiveram também nesta semana um mandado de prisão solicitado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, por suas violações na Faixa de Gaza.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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