Em campanha, Starmer promete reconhecer a Palestina como ‘parte do processo de paz’

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, que disputa as eleições de 4 de julho contra o premiê conservador do Reino Unido, Rishi Sunak, alegou nesta sexta-feira (24) ter intenção de acatar ao reconhecimento internacional do Estado Palestino, caso vitorioso.

No entanto, destacou a demanda pelo “momento certo, conforme o processo de paz”.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Nesta semana, Irlanda, Espanha e Noruega confirmaram o reconhecimento do Estado palestino, a partir de 28 de maio, sob respostas hostis do lado israelense, que removeu seus embaixadores das três capitais.

Em plena campanha eleitoral, o Partido Trabalhista britânico, por sua vez, vê-se envolto por uma batalha interna sobre sua política referente à guerra israelense a Gaza, em curso há sete meses, deixando 35 mil mortos e 80 mil feridos — sobretudo mulheres e crianças.

Starmer é alvo de críticas de parte de seu eleitorado, incluindo comunidades árabes e islâmicas, por seu posicionamento ambíguo sobre um cessar-fogo em Gaza. A posição do partido legou à renúncia de dez deputados de suas respectivas secretarias, incorrendo em derrotas nas eleições locais do último mês.

Questionado sobre um Estado palestino pela rede estatal BBC, declarou Starmer: “Penso que o reconhecimento da Palestina é extremamente importante. Precisamos de um Estado palestino viável lado a lado e em segurança junto de Israel, e este reconhecimento é parte disso”.

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Starmer insistiu que a “solução de dois Estados” — sob crítica de especialistas há anos devido às políticas expansionistas de Israel, ao inviabilizar o processo — é essencial para a paz na região.

Como alternativa, especialistas na lei internacional e na questão palestina apontam a demanda por um Estado único, democrático e plural — isto é, para todos, sem apartheid.

Dois Estados, no entanto, é o paradigma britânico desde sua colonização da Palestina histórica, implicando na imposição da partilha das Nações Unidas em 1947 e na Nakba, ou catástrofe, no ano seguinte, quando 800 mil palestinos nativos foram expulsos de suas terras e 500 cidades e aldeias foram destruídas por milícias sionistas.

O atual governo conservador britânico, assim como em outros Estados europeus, como França e Alemanha, expressa apoio, em princípio, a um Estado palestino, porém mantém suporte efetivo às ações de Israel nos fóruns internacionais — incluindo a ausência de negociações.

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Nesta semana, os trabalhistas britânicos confirmaram apoio à independência do Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, que pediu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, além das lideranças do grupo Hamas.

O governo conservador, porém, insistiu que Haia não tem jurisdição sobre a matéria, ao ignorar a determinação prévia da ex-promotora Fatou Bensouda neste sentido. Neste entremeio, Israel se recusa a acatar as ordens de Haia ou negociar sequer um cessar-fogo.

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