O Comitê Ministerial para Legislação do Parlamento de Israel (Knesset) deferiu no domingo (26) um novo projeto de lei que busca romper eventuais relações com a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), ao designá-la como “grupo terrorista”.
Deputados votarão na primeira leitura da proposta nesta quarta-feira (29).
A medida contradiz a retomada de doações à UNRWA da maioria dos governos ocidentais, após interrupção, no contexto do genocídio israelense em Gaza, sob alegações de Tel Aviv de que 12 funcionários — de uma equipe de 30 mil pessoas — seriam membros do Hamas.
Em resposta à legislação colonial, Adnan Abu Hasna, assessor de imprensa da UNRWA em Gaza, reiterou que é inadmissível que qualquer nação busque criminalizar uma agência majoritária da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Para Abu Hasna, a proposta é uma perigosa escalada com consequências em campo.
Abu Hasna recordou ainda que a UNRWA foi estabelecida por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1949, autorizada a cuidar dos direitos palestinos nos campos da educação, saúde, assistência e emprego, até que a questão dos refugiados seja solucionada.
O mandato da UNRWA cobre os refugiados da Nakba, ou catástrofe palestina, de 1948, quando 500 aldeias e cidades foram destruídas e 800 mil pessoas foram expulsas de suas terras nativas para permitir a criação do Estado de Israel.
O regime colonial israelense ataca a organização há décadas, na expectativa de que rematar seu mandato encerraria a reivindicação dos refugiados palestinos pelo direito de retorno, conforme a lei internacional.