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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘Chamar de erro não é nada para os mortos’, declara ONU sobre massacre em Rafah

Parentes lamentam os mortos por um novo ataque israelense a Rafah, no sul de Gaza, em 28 de maio de 2024 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

Martin Griffiths, coordenador de Assistência Humanitária das Nações Unidas, reiterou em nota que os eventos na cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, no domingo (26), representam “um ataque absolutamente inaceitável”.

“O que aconteceu é a mais recente — e possivelmente a mais cruel — abominação”, enfatizou o oficial da ONU nesta semana.

Sob pressão internacional sem precedentes, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, caracterizou o incidente em Rafah como “erro trágico”, em mensagem em inglês — contrário a uma postagem em hebraico, ao eleitorado interno, na qual conclamou “solução final”.

“Não importa se o ataque a Rafah foi um crime de guerra ou um ‘erro trágico’”, insistiu Griffiths. “Para o povo de Gaza, não há discussão. Chamá-lo de ‘erro’ não significa nada para aqueles que morreram, para aqueles em luto e para aqueles que ainda tentam salvar vidas”.

Griffiths reafirmou sucessivos alertas de que “qualquer operação militar em Rafah levará a uma carnificina”. Segundo o emissário da ONU: “Não há lugar seguro em Gaza. Nem abrigos, sequer hospitais, muito menos as chamadas zonas humanitárias”.

Neste domingo (26), Israel bombardeou um campo de refugiados em Tal al-Sultan, na cidade de Rafah, perto de um armazém da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), deixando 45 mortos e 250 feridos.

Imagens gráficas, incluindo crianças carbonizadas, circularam online.

A ação desacata medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, requeridas pela África do Sul, que incluem suspensão dos ataques a Rafah, abertura da fronteira e acesso de missões investigativas internacionais.

A campanha israelense deixou ao menos 36 mil mortos e 80 mil feridos em Gaza desde outubro, além de dois milhões de desabrigados — 1.5 milhão dos quais radicados em Rafah.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: ‘Genocídio mais horrível desde Hitler’: América Latina reage a massacres em Rafah

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