A Argélia circulou no Conselho de Segurança das Nações Unidas o texto de uma nova resolução para cessar-fogo imediato em Gaza, incluindo suspensão da operação militar de Israel na cidade de Rafah, no extremo sul do território, conforme mandado do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) deferido na última sexta-feira (24).
As informações são da agência de notícias Associated Press.
O texto argelino reafirma que “a situação catastrófica na Faixa de Gaza constitui uma ameaça à paz e segurança regional e internacional”, sob grave apreensão no que diz respeito à “fome que se espalha” no enclave, assim como sofrimento amplo dos refugiados palestinos.
A proposta urge Israel a “suspender imediatamente sua ofensiva militar, e qualquer outra ação, em Rafah”, ao condenar os “ataques indiscriminados a civis, incluindo mulheres e crianças, além de infraestrutura civil”.
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Argel insta todas as partes envolvidas a respeitar um cessar-fogo imediato, conforme respeito a resoluções prévias do Conselho de Segurança, incluindo a abertura, por parte de Israel, de todas as travessias de fronteira para uso humanitário às 2.4 milhões de pessoas em Gaza.
A proposta argelina sucede em poucos dias um novo massacre perpetrado pelas forças coloniais israelenses em Rafah, deflagrando um incêndio em tendas improvisadas a refugiados, em uma suposta “zona segura” perto de um galpão das Nações Unidas.
Ao menos 45 pessoas morreram. Imagens gráficas — incluindo corpos carbonizados de crianças — circularam online.
Desde então, Israel manteve ataques por ar e terra em toda extensão do território palestino, em detrimento aos crescentes apelos e mandados internacionais. Desde outubro, são 36 mil mortos e 80 mil feridos pelo genocídio israelense em Gaza.
Embora a proposta ainda tenha de chegar ao plenário para votação, relatos apontam para apoio considerável dos membros do Conselho de Segurança, incluindo a China.
O embaixador chinês na ONU, Fu Cong, comentou: “É nossa esperança que possamos aprovar a resolução o mais rápido possível, pois muitas vidas estão em risco”.
Há, todavia, ceticismo sobre o avanço da proposta, sujeita a veto dos Estados Unidos como em ocasiões prévias. Linda Thomas-Greenfield, embaixadora americana na ONU, recusou comentar o texto: “Vamos esperar para ver. Então vamos reagir”.