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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Partido de ministro israelense chama votação por novas eleições

Protesto pela renúncia do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, em 25 de maio de 2024 [Mostafa Alkharou/Agência Anadolu]

O Partido de União Nacional, encabeçado por Benny Gantz, ex-general e ministro integrado ao gabinete de guerra do governo israelense, propôs um voto parlamentar para dissolver a atual câmara legislativa (Knesset), medida que pode culminar em novas eleições.

Não está claro se há mobilização suficiente para contornar a maioria do governo no congresso e, então, aprovar a moção.

As informações são da rede de notícias Al Jazeera.

A medida desta quinta-feira (30) sucedeu um ultimato de Gantz neste mês, o qual demandou do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que deferisse um plano para o pós-guerra em Gaza até 8 de junho. Gantz ameaçou deixar a coalizão caso contrário.

Gantz — chefe do Estado-maior durante a ofensiva a Gaza de 2014 — juntou-se ao gabinete de seu costumeiro adversário político, Netanyahu, pouco após Israel deflagrar seu genocídio contra o enclave palestino, em outubro.

O bloco de Gantz sofreu uma cisão no mês de março, ao perder controle de assentos suficientes para derrubar a coalizão governante.

“A parlamentar Pnina Tamano-Shata propôs um projeto de lei para dissolver o 25° Knesset, após um pedido do líder do partido, Benny Gantz, para construir uma frente ampla capaz de conduzir eleições antes de outubro, primeiro aniversário do massacre [sic]”, declarou o União.

LEIA: A guerra está perdida, então por que Netanyahu ainda está matando civis em Rafah?

Para Tamano-Shata é urgente “reconquistar a confiança do povo”, ao estabelecer um “governo estável que possa nos guiar em meio aos enormes desafios que enfrentamos, como segurança, economia e, sobretudo, a própria sociedade israelense”.

O partido Likud de Netanyahu contrapôs, ao defender a continuidade dos esforços de guerra: “A dissolução do governo de união constituiria um prêmio ao Hamas, uma capitulação às pressões estrangeiras e um golpe fatal à libertação dos reféns”.

Israel vive, no entanto, crise interna, sob protestos semanais pela renúncia de Netanyahu, assim como denúncias de que o premiê nega um cessar-fogo e um acordo de troca de prisioneiros por interesses próprios, sob receios do colapso do governo e eventual prisão por corrupção.

Segundo a Autoridade de Radiodifusão de Israel, cerca de 70% dos cidadãos israelenses querem que o pleito seja antecipado. Conforme pesquisas, Gantz tem, no momento, certa vantagem na corrida eleitoral.

A agressão israelense incorreu ainda em condenação internacional sem precedentes, ao deixar 37 mil mortos, 80 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, troca acusações com Netanyahu sobre o fracasso da missão, incluindo a reocupação de Gaza ao longo da guerra. Ambos têm mandados de prisão requeridos pela promotoria do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia.

Os ministros extremistas Itamar Bem-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças), ameaçam também implodir a coalizão de governo em caso de cessar-fogo.

Gideon Levy, colunista do jornal israelense Haaretz, porém, pediu cautela sobre as expectativas em torno da dissolução do parlamento.

“Sugiro àqueles que parecem animados com as possibilidades de Netanyahu deixar o poder que aguardem para estourar o champanhe, pois seu governo sem Gantz ainda tem maioria sólida”, comentou Levy à Al Jazeera. “Gantz diz o que quer — não quer dizer muita coisa”.

O projeto de lei requer aprovação por maioria simples em três leituras consecutivas na câmara, antes de ser ratificado. Sua votação, no entanto, sequer foi agendada. A coalizão de Netanyahu detém hoje 64 dos 120 assentos do Knesset.

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