Os massacres israelenses a Rafah, no extremo sul de Gaza, levaram um milhão de pessoas a um novo deslocamento à força no estreito território, confirmou a Agência da Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), segundo informações da agência Reuters.
A pequena cidade fronteiriça — com 300 mil habitantes há apenas oito meses — abrigava cerca de 1.5 milhão de pessoas quando Israel deflagrou bombardeios e invasões por terra na fase final de sua varredura norte-sul, que destruiu a infraestrutura civil do enclave palestino.
Desde o início de maio, forças israelenses conduzem ataques, culminando em um massacre em um campo de refugiados no domingo retrasado (26), com dezenas de mortos e imagens gráficas — incluindo corpos carbonizados de crianças — que circularam online.
Agências das Nações Unidas e outros órgãos internacionais alertam há meses que “não há lugar seguro em Gaza”, na tentativa de dissuadir Israel de seu ataque a Rafah.
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Milhares de famílias foram novamente forçadas a se alocar na região costeira, sujeita a um clima instável que inclui fortes ventos.
O Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) estima que 18.500 mulheres grávidas foram forçadas a fugir às pressas da cidade de Rafah. Outras dez mil, no entanto, permanecem no local em “condições desesperadoras”.
Segundo a UNRWA, milhares de famílias retornaram a abrigos e outras instalações em ruínas na cidade de Khan Younis, ligeiramente ao norte, destruída por uma operação similar realizada por Israel.
“As condições são indizíveis”, acrescentou a nota.