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Crise em Gaza transborda aos sistemas de saúde vizinhos, alerta OMS

Hospital de campo em Rafah, no sul de Gaza, em 2 de junho de 2024 [Jehad Alshrafi/Agência Anadolu]

Sistemas de saúde dos países vizinhos à Faixa de Gaza, sob ataques de Israel, sentem a pressão devido aos milhares de pacientes em estado grave evacuados para tratamento, incluindo casos complexos, apesar da continuidade do cerco, reportou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta terça-feira (4).

As informações são da agência de notícias Reuters.

“O efeito dominó em países como Egito, Líbano e Síria, como vizinhos imediatos dos territórios palestinos ocupados, é considerável”, declarou Hanan Balkhy, diretora da OMS para a região do Mediterrâneo Oriental.

Menos da metade dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente operantes desde 30 de maio, de acordo com o alerta, à medida que grande parte da infraestrutura de saúde foi destruída pelos oito meses de varredura norte-sul conduzida pelas forças israelenses.

“O Egito abriga hoje um número considerável de pacientes, mas há ainda a demanda para que entre sete mil e 11 mil pessoas sejam evacuadas para cuidados e apoio”, prosseguiu Balkhy, em informe à imprensa. “Essas pessoas requerem hospitais especializados”.

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Segundo Balkhy, a conjuntura causa pressão a “sistemas de saúde vizinhos já fragilizados”.

“Não é como suturar uma laceração”, explicou Balkhy, em alusão à gravidade dos ferimentos de Gaza. “Estamos falando de fraturas múltiplas, traumatismo craniano, fraturas de fêmur, ruptura de órgãos centrais etc.”.

“É dificílimo localizar e transportar rapidamente pacientes como esses, que exigem esse tipo de cuidado”, concluiu o alerta, ao observar que as evacuações permanecem paralisadas desde 7 de maio, quando Israel tomou o controle da travessia de Rafah, na fronteira com o Egito.

A OMS denunciou ainda que o fechamento da travessia afetou sua capacidade de encaminhar insumos básicos de saúde ao enclave palestinos.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 36 mil mortos e 83 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.

Quase oito meses desde a deflagração do genocídio em Gaza, o território foi destruído, sob um violento cerco que impede a entrada de comida, água e medicamentos.

Israel é acusado de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, após a ratificação da denúncia sul-africana em janeiro. O Estado ocupante, contudo, desacata ordens, incluindo um mandado para suspender as ações em Rafah, no extremo sul de Gaza.

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