O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estende a operação militar na Faixa de Gaza por interesses próprios, em entrevista à revista Time publicada nesta terça-feira (4).
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Biden foi questionado sobre os aparentes interesses pessoais de Netanyahu em torno da guerra. Embora evasivo, não conseguiu fugir da matéria.
“Prefiro não comentar sobre isso”, disse Biden. “Mas há toda razão para as pessoas chegarem a essa conclusão”.
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Ao citar os desafios políticos enfrentados pela coalizão de Netanyahu antes da guerra, observou o presidente: “Tem também um debate interno que parece ser ignorado. Se isso mudou ou não sua abordagem, é difícil dizer, mas não acho que ajudou”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 36 mil mortos e 83 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Biden manteve seu apoio operacional e político a Israel, apesar de forte crise interna em plena campanha à reeleição, incluindo vetos contra um cessar-fogo no Conselho de Segurança. Porém, divergências surgiram com os ataques a Rafah, no extremo sul de Gaza.
Recentemente, Biden alegou que Israel apresentou uma nova proposta de cessar-fogo para ser negociada. O primeiro-ministro israelense, todavia, acusou o incumbente democrata de difundir informações “imprecisas”.
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Quase oito meses desde a deflagração do genocídio em Gaza, o território foi destruído, sob um violento cerco que impede a entrada de comida, água e medicamentos.
Israel é acusado de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, após a ratificação da denúncia sul-africana em janeiro. O Estado ocupante, contudo, desacata ordens, incluindo um mandado para suspender as ações em Rafah.