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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Milhares de israelenses marcham por Jerusalém ocupada, atacam palestinos

A marcha deste ano coincide com o genocídio conduzido por Israel na Faixa de Gaza sitiada, que se avizinha do nono mês consecutivo.

Milhares de colonos israelenses invadiram nesta quarta-feira (5) a cidade ocupada de Jerusalém Oriental para a chamada Marcha da Bandeira — procissão supremacista que celebra a anexação ilegal da cidade, desde 1967. Novamente, cantos racistas foram parte do evento anual.

Registros obtidos por jornalistas locais flagraram rapazes e mesmo crianças gritando “Morte aos árabes” e “Que sua aldeia queime”, em referência aos pogroms realizados na Palestina ocupada desde 1948, quando se criou Israel mediante a Nakba, ou catástrofe, via limpeza étnica.

A marcha deste ano coincide com o genocídio conduzido por Israel na Faixa de Gaza sitiada, que se avizinha do nono mês consecutivo.

Milhares de colonos com bandeiras alvicelestes tomaram as ruas da Cidade Velha de Jerusalém — sobretudo os bairros árabes. Palestinos nativos foram forçados a fechar as lojas sob ameaças de crime de ódio.

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O Departamento de Recursos Religiosos de Jerusalém (Waqf), que administra a Mesquita de Al-Aqsa, reportou a invasão de ao menos 1.100 colonos extremistas.

A agência AFP compartilhou imagens de militantes sionistas agredindo um repórter palestino na Cidade Velha. A mídia local confirmou o caso de agressão contra Nir Hasson, correspondente do jornal israelense Haaretz.

Segundo Imran Khan, analista da Al Jazeera, a marcha deste ano pareceu ainda mais violenta do que nos anos anteriores.

“Quase imediatamente após ultranacionalistas entrarem em Jerusalém, começaram a atacar os palestinos. Vimos imagens de crianças atacando idosos”, reiterou Khan. “Os colonos atacaram e invadiram lojas. A polícia israelense sequer tentou controlá-los”.

Entre os ataques deste ano, surgiu enfoque em cartazes contra a lei internacional, difamando o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e o Tribunal Penal Internacional (TPI), ambos sediados em Haia, como “agentes do terrorismo” e “parceiros do Hamas”.

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, compareceu à marcha, ao instigar eleitores e pressionar o premiê Benjamin Netanyahu a “ser forte” diante das pressões globais a um eventual cessar-fogo em Gaza.

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“O Portão de Damasco é nosso. O Monte do Templo é nosso”, proclamou Ben-Gvir, ao recorrer à nomenclatura fundamentalista judaica para o complexo de Al-Aqsa, terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos.

Colonos reivindicaram a demolição de Al-Aqsa, Patrimônio da Humanidade segundo a Unesco, para dar lugar a um suposto templo da Antiguidade.

Israel capturou Jerusalém Oriental em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias e anexou toda a cidade em 1980 — medida jamais reconhecida internacionalmente.

Ataques coloniais em Jerusalém estão entre as razões que levaram o grupo Hamas, radicado em Gaza, a sua ação transfronteiriça de 7 de outubro. Movimentos islâmicos na região alertam para a necessidade de “mobilização geral” diante da Marcha da Bandeira.

Ismail Haniyeh, líder do ramo político do Hamas, descreveu a marcha como “agressão flagrante” e reiterou que os eventos “reforçam que Jerusalém está no coração do conflito”.

“Nosso povo não descansará até o fim da ocupação e o estabelecimento de um Estado palestino independente, com Jerusalém como sua capital”, acrescentou Haniyeh em nota.

Em Gaza, a agressão israelense deixou até então 36 mil mortos, 82 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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