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AIEA aprova resolução contra Teerã sobre falta de cooperação com a agência

Sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, na Áustria, em 11 de setembro de 2023 [Halada/AFP via Getty Images]

O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou nesta quarta-feira (5) uma resolução para reivindicar de Teerã que melhore a colaboração o órgão de monitoria nuclear das Nações Unidas e permita o acesso de inspetores.

As informações são da agência de notícias Reuters.

A medida foi aprovada com 20 votos favoráveis, dois contrários e 12 abstenções, dezoito meses após uma resolução prévia ordenar o Irã a acatar “com urgência” as demandas por averiguação da agência sobre traço de urânio encontrados em localidades não-declaradas.

Apesar de reduzir o número de instalações sob investigação de três para duas, a resolução nota que a República Islâmica ainda tem de emitir respostas satisfatórias sobre os resíduos.

“Responsabilizar o Irã conforme suas obrigações legais é uma necessidade há tempos”, reiterou uma nota conjunta de Reino Unido, França e Alemanha, em argumento ao Conselho. “Teerã tem de urgente, absoluta e decisivamente colaborar com a agência”.

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Os três países foram responsáveis pelo texto.

Desde a última resolução, a lista de problemas enfrentados pela AIEA no país aumentou. O novo texto pede ao Irã que aborde as questões.

Em setembro, o regime iraniano impediu a entrada peritos em enriquecimento nuclear da AIEA, que constituíam a equipe deferida sob acordo. Rafael Grossi, chefe da AIEA, descreveu a medida como “inédita e desproporcional” e “grave golpe” às capacidades do órgão.

“O Conselho pede ao Irã que reverta sua remoção do visto a diversos inspetores experientes da agência, cujo trabalho é fundamental para que a instituição conduza devida e efetivamente suas atividades de inspeção”.

O Irã nega uso de seu programa de desenvolvimento atômico para fins militares.

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Entretanto, um acordo para estabelecer limites ao enriquecimento de urânio, firmado em 2015, foi revogado pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Seu sucessor, Joe Biden, não conseguiu reativá-lo, apesar de promessas de campanha.

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