A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) expressou seu repúdio, nesta quarta-feira (5), à chamada Marcha da Bandeira, procissão anual realizada por colonos israelenses para celebrar a anexação ilegal de Jerusalém.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Segundo testemunhas, a marcha deste ano foi ainda mais violenta do que as anteriores, junto à escalada colonial israelense contra a Palestina ocupada, incluindo o genocídio em Gaza, com 36 mil mortos e 82 mil feridos.
Colonos sob escolta policial marcharam pelas ruas árabes da Cidade Velha de Jerusalém, aos cantos de “Morte aos árabes” e “Que sua aldeia queime”, em referência aos pogroms realizados desde 1948, quando se criou Israel mediante a Nakba, ou catástrofe, via limpeza étnica.
Milhares de colonos com bandeiras alvicelestes tomaram as ruas da Cidade Velha de Jerusalém — sobretudo os bairros árabes. Palestinos nativos foram forçados a fechar as lojas sob ameaças de crime de ódio.
Em comunicado, a organização pan-islâmica radicada em Jeddah, na Arábia Saudita, condenou veementemente as incursões israelenses ao complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, onde realizaram “atos provocativos”.
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Conforme a nota, a marcha reflete os esforços ilegais de Israel de “sabotar o status quo histórico e legal dos santuários islâmicos e cristãos de Jerusalém, sobretudo a Mesquita de Al-Aqsa” — invadida por ao menos 1.100 colonos no ataque deste ano.
“Jerusalém é a capital do Estado da Palestina”, reafirmou a OCI, “e parte integral dos territórios palestinos ocupados em 1967”.
“Rejeitamos quaisquer medidas ou decisões cujo objetivo é impor a suposta soberania de Israel sobre a cidade e seus lugares sagrados — consideradas ilegais”, acrescentou.
Durante o ato, colonos reivindicaram a demolição de Al-Aqsa — terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos e Patrimônio Mundial da Humanidade segundo a Unesco — para dar lugar a um suposto templo da Antiguidade.
A agência AFP compartilhou imagens de militantes sionistas agredindo um repórter palestino na Cidade Velha. A mídia local confirmou o caso de agressão contra Nir Hasson, correspondente do jornal israelense Haaretz.
Ataques coloniais em Jerusalém estão entre as razões que levaram o grupo Hamas, radicado em Gaza, a sua ação transfronteiriça de 7 de outubro. Movimentos islâmicos na região alertam para a necessidade de “mobilização geral” diante da Marcha da Bandeira.
Israel capturou Jerusalém Oriental em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias e anexou toda a cidade em 1980 — medida jamais reconhecida internacionalmente.
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