Presidente da Colômbia recebe condecoração do Estado da Palestina

Presidente da Colômbia recebe condecoração do Estado palestino

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi condecorado com a Grande Medalha do Estado — reconhecimento máximo do Estado da Palestina —, nesta segunda-feira (3), durante cerimônia realizada na Casa de Nariño, residência oficial do chefe de Estado em Bogotá.

Durante visita ao país latino-americano, o ministro de Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, entregou ao mandatário colombiano a honraria, por sua defesa do povo palestino diante do genocídio israelense em Gaza, que se aproxima de seu nono mês.

“Sua voz em defesa dos palestinos se converteu em uma voz de esperança”, declarou al-Maliki. “Obrigado por trabalhar com coragem para que nem a Palestina, tampouco a humanidade seja morta … Como o senhor mesmo disse: Se morre a Palestina, morre a humanidade”.

Em seu discurso, Petro voltou a denunciar incisivamente a campanha de extermínio comandada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao compará-la novamente ao Holocausto nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

“O fascismo está ascendendo em todo o mundo”, alertou Petro. “Temos de chamá-lo como é — são nazistas que voltam ao poder, que voltam para se vingar, que querem fazer da humanidade um robô escravizante e sem liberdade alguma”.

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“O que fez Hitler é o que está se aplicando em Gaza, contudo, como um experimento ao todo o mundo”, acrescentou. “É assim que querem nos dominar, [ao declarar] como poder pode acabar com a vida de maneira premeditada, generalizada e massiva — como planejou Hitler … É o que estamos vivendo hoje, o experimento que estão fazendo em Gaza”.

Em Gaza, se trava essa batalha e temos de vencê-la, entre escombros, sangue, os corpos despedaçados de meninos e meninas assassinados pelo capital, dentre a penúria e a dor. Parte disso, entendemos aqui — na Colômbia — porque também nos massacraram.

Petro enalteceu ainda a resiliência palestina, ao identificá-la com suas raízes políticas, na luta de guerrilha contra as ditaduras sul-americanas.

“Desde muito jovem, conhecíamos o tema — forças progressistas que resistem às ditaduras e à morte que tanto nos rodeia”, concluiu o mandatário. “São as forças que nos levaram às armas … Sempre tivemos nosso coração junto à Palestina — e quando ser revolucionário se une com os anseios do povo, se faz uma revolução”.

Na rede social X (Twitter), reafirmou Petro: “Obrigado ao povo palestino por ter-me outorgado esta condecoração, que considero a mais valiosa de minha existência. A revolução mundial pela vida é o cenário que se abre com o genocídio em Gaza”.

Em 1° de maio — em um ato que reuniu milhares de pessoas para o Dia dos Trabalhadores em Bogotá —, Petro anunciou a ruptura de relações diplomáticas com Israel, ao fechar a embaixada do Estado colonial sionista na capital colombiana dois dias depois.

Desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, em outubro, Petro assumiu a vanguarda das críticas internacionais ao “massacre” do povo palestino, inclusive ao compará-lo com outros crimes de genocídio, como o Holocausto perpetrado pelos nazistas.

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Petro também suspendeu as trocas militares com a ocupação israelense — um aspecto histórico do relacionamento entre os países — e retirou seu embaixador de Tel Aviv.

Em 23 de maio, Petro ordenou a abertura de uma embaixada de seu país na cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, confirmou seu ministro de Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo.

A Colômbia, sob sua gestão, também solicitou entrada no processo da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, somando-se ao Brasil, que aderiu ao caso ainda em janeiro, quando a corte deferiu “plausibilidade” do genocídio.

A Colômbia não é o primeiro país latino-americano a cortar laços com a ocupação. No final de outubro, a Bolívia do presidente Luis Arce rompeu relações com o regime de apartheid.

Apesar de pressões internas e uma contenda acalorada com o regime israelense, que o declarou persona non grata, o governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva ainda posterga a ruptura de laços com a ocupação colonial sionista.

Chile, Honduras e Brasil, mais recentemente, retiraram seus embaixadores do Estado ocupante.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 36.654 mortos e 82.959 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, ao menos 15 mil são crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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