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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘Parte do problema’: Hamas desmente Blinken sobre emendas ao cessar-fogo

Osama Hamdan, membro do gabinete político do Hamas, negou nesta quarta-feira (12) que sua organização impôs “novas ideias” à proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo em Gaza, após o secretário de Estado, Antony Blinken, alegar numerosas emendas.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Ao conversar com a emissora regional Al-Araby TV, Hamdan classificou Blinken como “parte do problema e não da solução”, no que diz respeito à guerra em Gaza.

Mais cedo, em visita à região, o chanceler americano afirmou que Hamas sugeriu uma série de acréscimos ao texto, alguns das quais “intransponíveis”, ao indicar falta de vontade política para pressionar Tel Aviv a acolher um cessar-fogo.

Após Egito e Catar confirmarem o recebimento de uma resposta do Hamas, Blinken afirmou que os mediadores trabalham agora para “preencher as lacunas”.

“O Hamas poderia ter respondido com uma única palavra: Sim”, insistiu o oficial da Casa Branca. “Ao contrário, esperaram duas semanas [sic] e propuseram novas mudanças, algumas das quais para além de termos aceitados previamente”.

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“Em tudo que apresentamos, apenas reafirmamos nossos compromissos ao que foi apresentado aos mediadores ainda em 5 de maio, sem nenhuma novidade”, desmentiu Hamdan.

Hamdan corroborou a denúncia de seu partido de que Israel busca sabotar a proposta e acusou a Casa Branca de permitir que o regime aliado “evite qualquer compromisso” que possa incidir em um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

Hamdan pediu também aos mediadores que obtenham garantias de que Israel cumpra o acordo e não “se esquive de suas responsabilidades”.

Izzat al-Rishq, também membro do gabinete político do Hamas, descreveu a resposta do grupo ao cronograma de Washington como “responsável, séria e positiva”.

Para al-Rishq, “nossa resposta se alinha às demandas do povo e sua resistência, ao permitir que se abra um caminho para um acordo abrangente”. Entretanto, observou: “A campanha da mídia israelense contra nosso retorno sinaliza tentativas de mitigar as obrigações do acordo”.

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Seu correligionário, Taher al-Nunu ecoou frustração, ao apontar o viés indevido de Blinken como mediador: “Ele carece de neutralidade. Carece de imparcialidade. Opera com dois pesos e duas medidas e tenta representar a resistência como se fôssemos nós a obstruir o acordo”.

Questionado pela Al Jazeera, se o Hamas seria flexível sobre os termos “intransponíveis” citados por Blinken, al-Nunu reafirmou que é “normal” às partes negociarem ajustes. “A bola está com Israel, mas Washington quer nos devolver”, acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou uma proposta de cessar-fogo escalonado em 31 de maio, sob forte pressão doméstica em plena campanha eleitoral. O plano foi aprovado pelo Conselho de Segurança nesta segunda-feira (10).

A resolução prevê também troca de prisioneiros, aumento do fluxo humanitário e reconstrução em três fases. O Hamas reafirma a necessidade de retirada completa das tropas ocupantes e do retorno dos deslocados a suas casas, em particular, no norte de Gaza.

A primeira fase prevê um cessar-fogo provisório de seis semanas.

Fontes egípcias disseram que o Hamas pede garantias, sobretudo à transição entre o armistício provisório e permanente, mas não reportaram emendas ao texto.

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Washington insiste que Tel Aviv aceitou o plano, apesar de declarações contrárias do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ministros supremacistas.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há mais de oito meses, em desacato a medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, para evitar o crime de genocídio e permitir a assistência humanitária.

Em março, Israel desrespeitou uma resolução prévia do Conselho de Segurança para uma pausa nas hostilidades durante o mês islâmico do Ramadã.

A campanha israelense deixou 37.100 mortos e 84.700 feridos até então, sobretudo mulheres e crianças, além de dois milhões de desabrigados. As ações de Israel em Gaza constituem punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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