Arábia Saudita se prepara para receber dois milhões de peregrinos do Hajj

A Arábia Saudita confirmou preparativos extensos para o que descreveu como uma temporada sem precedentes da peregrinação islâmica, ou Hajj, neste ano, com a expectativa de receber ao menos dois milhões de pessoas, reportou a agência de notícias Anadolu.

A temporada do Hajj, com início nesta sexta-feira (14), passou por arranjos de larga escala tanto em termos de policiamento, quanto turismo religioso.

A monarquia recebeu críticas, no entanto, após o ministro do Hajj e da Umrah, Tawfiq al-Rabiah, dizer que as forças do Estado não permitiriam “slogans políticos” durante os eventos, no que foi interpretado como alusão a eventuais atos de solidariedade ao povo palestino de Gaza em meio ao genocídio de Israel.

O governo saudita é criticado ainda por uma postura vista como vacilante diante da condenação diplomática sobre a crise na Palestina, ao passo que negociações de normalização de laços entre a ocupação israelense e o Estado do Golfo permanecem sobre a mesa.

Patronagem real e antecipação

Durante encontro do gabinete de governo, em 4 de junho, o rei Salman Bin Abdulaziz confirmou que todos os preparativos e arranjos para o Hajj de 2024 estavam concluídos.

Conforme a mídia estatal, a monarquia empregou todos os esforços necessários para aprimorar as condições de segurança e conforto aos peregrinos.

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O Hajj deste ano foi marcado pela implementação de um “plano de prontidão antecipada”, que teve início logo após se encerrar a temporada de 2023.

Planos e infraestrutura

A Arábia Saudita promoveu seu sistema de acolhimento dos peregrinos, ao alegar facilidades no processo para a viagem. O primeiro voo com 283 peregrinos da Índia foi recebido por oficiais de alto escalão já em 9 de maio.

Nesta terça-feira (11), a Diretoria Geral de Passaportes da Arábia Saudita reportou a chegada de 1.547.295 fiéis ao país, por ar, mar e terra, com expectativa de aumento, segundo a agência de notícias estatal SPA.

Peregrinos no Ocidente, no entanto, queixam-se do sistema Nusuk, implementado há dois anos.

Al-Rabiah deu ênfase a um conjunto de planos e iniciativas, incluindo o treinamento de 120 mil trabalhadores e guias, com 2.500 oficinas de vários idiomas para auxiliar os dez mil voluntários que ajudam no processo da peregrinação.

O ministério também notou melhorias nas instalações de acesso à Mesquita sagrada, incluindo proteção ao sol e novas escadas rolantes. Onze novos prédios foram introduzidos para receber 37 mil pessoas e a área em torno da Caaba, ou “estação do Hajj”, também foi reformada.

A pasta se vangloriou de construir a maior estação de resfriamento do mundo, para receber os fiéis sob o verão escaldante saudita, na Grande Mesquita de Meca. Estima-se 883 aparelhos de ar-condicionado, 4.079 ventiladores e 244 climatizadores.

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O trem de Mashair, segundo as informações, devem transportar também 350 mil fiéis entre os santuários e suas acomodações no país ao longo da temporada.

A chamada Rota de Meca promete facilitar a viagem direta de peregrinos desde seus países até as suas acomodações, ao beneficiar 250 mil fiéis de sete países via 11 aeroportos.

Para os pedestres, foram instalados asfaltos flexíveis de borracha, produzidos com a reciclagem de pneus, afirmou o Ministério do Transporte.

Serviços

O Ministério da Defesa disse enviar 1.666 trabalhadores de saúde a Meca e instalar ou melhorar 23 unidades médicas, dez hospitais, nove clínicas primárias, quatro centros de emergência e 30 equipes de resposta rápida.

Conforme o órgão que administra os assuntos das Duas Mesquitas Sagradas (Meca e Medina), o sermão do monte Arafat será traduzido a ao menos 20 idiomas, para alcançar até um bilhão de fiéis muçulmanos em todo o mundo.

As autoridades encarregaram ainda 5.138 trabalhadores e quatro mil máquinas da limpeza e do saneamento diário.

O diretor-geral de Segurança Pública, Mohammed bin Abdullah al-Bassami, prometeu prontidão completa para a temporada do Hajj, com “ação firme” contra eventuais violações.

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