Ramaphosa toma posse para segundo mandato na África do Sul

O sétimo presidente democraticamente eleito da África do Sul, Cyril Ramaphosa, tomou posse oficialmente nesta quarta-feira (19), para seu segundo mandato, após o parlamento reelegê-lo na sexta-feira passada (14), segundo informações das redes Al Jazeera e Anadolu.

O chefe de Justiça, Raymond Zondo, administrou a cerimônia de juramento, com a participação de diversos chefes de Estado e governo na capital Pretória.

“Eu, Matamela Cyril Ramaphosa, juro ser leal à República da África do Sul”, disse o mandatário de 71 anos. Então, assinou um certificado e foi reapresentado ao público.

Orações de diversas religiões foram realizadas antes da cerimônia de posse.

A reeleição de Ramaphosa foi confirmada pelo congresso em sua primeira sessão, após eleições nacionais em 29 de maio, nas quais seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), perdeu a maioria absoluta no legislativo pela primeira vez em 30 anos de democracia.

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Ramaphosa, no entanto, assegurou um governo de união nacional, com diversos partidos, entre os quais opositores tradicionais da Aliança Democrática (DA). Ramaphosa obteve 283 votos dos deputados, ao derrotar Julius Malema, do Combatentes da Liberdade Econômica (EFF).

O CNA — partido de Nelson Mandela — obteve 159 legisladores na Assembleia Nacional de 400 assentos, isto é, abaixo da maioria simples. Deste modo, costurou um acordo.

Segundo Ramaphosa, em seu discurso de posse, “a formação de um governo de união nacional representa um momento de profundo significado — o início de uma nova era”.

A África do Sul, sob Ramaphosa, tomou a dianteira nos esforços para responsabilizar Israel pelo genocídio em Gaza, ao registrar uma denúncia no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deferida em 26 de janeiro.

A agressão israelense a Gaza já matou em oito meses 37 mil pessoas e feriu outras 85 mil, além de dois milhões de desabrigados, sob violento cerco, sem comida, água, medicamentos e outros insumos essenciais.

Lideranças do CNA reforçaram sua retórica pró-Palestina durante a campanha. Em contrapartida, a Aliança Democrática insistiu em uma posição supostamente “neutra”, apesar de forte rejeição da população, que recorda a postura anticolonial de Mandela.

As ações israelenses em Gaza são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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