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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Em reunião com chanceler do Irã, chefe do Hamas sugere ‘nova equação regional’

Chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, durante entrevista com a agência Anadolu em Istambul, Turquia, em 20 de abril de 2024 [Arif Hüdaverdi Yaman/Agência Anadolu]

O chefe do gabinete político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, reuniu-se com o ministro interino de Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri, em Doha, no Catar, com intuito de discutir o genocídio israelense em Gaza e a conjuntura regional.

O encontro foi confirmado nesta quinta-feira (20) pelo grupo palestino, com conversas realizadas na noite anterior, segundo informações da agência Anadolu.

Bagheri recordou os esforços iranianos em apoio à Palestina, em diversos fóruns, como a Organização para Cooperação Islâmica (OCI), o bloco dos Brics de países emergentes e a Organização para Cooperação de Xangai (OCX).

Haniyeh relembrou a chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, de 7 de outubro, ao sugerir que a iniciativa deflagrou “novas equações para a Palestina e a região”.

Irã e Hamas discutiram os acontecimentos políticos e em campo desde então, além da situação geral da questão palestina e esforços para dar fim ao genocídio em Gaza.

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Segundo comunicado do Hamas, as partes enalteceram a “lendária resiliência do povo palestino e a brava resistência que conseguiu conter os objetivos da ocupação”.

Haniyeh saudou o apoio Irã e dos fronts no Líbano, Iraque e Iêmen.

O líder do Hamas também informou o diplomata iraniano das condições em Jerusalém, na Cisjordânia e nas prisões israelenses, além dos crimes diários dos agentes coloniais contra os palestinos nativos, incluindo assassinatos e expropriação.

Haniyeh reiterou a Bagheri: “Jerusalém constitui ainda o foco do conflito, seja agora ou futuramente”. Conforme o Hamas, violações coloniais na cidade ocupada, incluindo na Mesquita de Al-Aqsa, tornaram urgente uma ação da resistência.

Tel Aviv mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação à operação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados.

Segundo o exército ocupante, 1.200 pessoas foram mortas na ocasião. O número, no entanto, sofre escrutínio, após o jornal israelense Haaretz reportar “fogo amigo”, sob ordens gravadas de comandantes de Israel para impedir a tomada de reféns.

No território sitiado, Israel deixou ao menos 37 mil mortos e 85 mil feridos até então. Outras duas milhões de pessoas foram desabrigadas e dezenas de milhares continuam desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

Conversas indiretas entre Israel e Hamas, mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito, até então não obtiveram frutos para materializar um cessar-fogo em Gaza e uma troca de prisioneiros entre as partes.

Apesar de duas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas para cessar a guerra, Israel rejeita sequer negociações.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, conforme denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro.

Em maio, a promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), na mesma cidade, pediu mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant.

O promotor-chefe de Haia, Karim Khan, requereu ainda um mandado contra Haniyeh e outros dois líderes do Hamas. Ambos os lados se queixaram da equiparação.

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Para Netanyahu, a solicitação se soma à crise de diplomacia e relações públicas, diante do acúmulo de evidências de crime de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

Para Haniyeh, contudo, é uma alternativa de defesa do direito à resistência, segundo a lei internacional, incluindo a resistência armada, à medida que supostas “atrocidades” do Hamas são desmentidas.

Em abril, o Irã lançou uma ação inédita contra o território israelense, com centenas de mísseis e drones — em maioria abatidos —, após Tel Aviv explodir o consulado do país islâmico na cidade de Damasco, capital da Síria.

Desde então, contudo, a morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero, parece ter postergado as tensões.

Ainda assim, nas últimas semanas, o movimento Hezbollah, ligado a Teerã, intensificou disparos retaliatórios a Israel, a partir do Líbano, ao renovar receios de propagação da guerra. Oficiais israelenses alegaram prontidão a uma “guerra total”.

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