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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

96% dos palestinos de Gaza enfrentam fome extrema, alerta relatório

Crianças aguardam assistência alimentar em uma escola da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), no campo de Jabalia, na Faixa de Gaza, 8 de junho de 2024 [Mahmoud Zaki Salem Issa/Agência Anadolu]

Uma recente análise de segurança alimentar sobre a Faixa de Gaza sitiada revelou que 96% da população vive “níveis extremos de fome” e que quase meio milhão de pessoas estão submetidas a “condições catastróficas”.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em relatório, a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), iniciativa que monitora dados sobre o tema, alertou nesta terça-feira (25) que 96% da população de Gaza enfrenta fome extrema, devido ao cerco e aos bombardeios de Israel.

Segundo a pesquisa, cerca de 2.13 milhões de palestinos de Gaza sofrem níveis agudos de insegurança alimentar, classificado como Fase 3 da IPC ou superior (“crise ou pior”), conforme dados de 1º de maio a 15 de junho.

Cerca de 343 mil pessoas vivem condições catastróficas de insegurança alimentar — ou Fase 5, segundo a mesma classificação. O Programa Alimentar Mundial (PAM), porém, indicou que até meio milhão de pessoas estejam nas condições mais graves.

O PAM, agência das Nações Unidas, reiterou a importância crítica de acesso contínuo a todas as áreas de Gaza. “O relatório da IPC sobre Gaza pinta um retrato gravíssimo da fome em curso”, observou a agência.

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O relatório advertiu também que o alto risco de fome persiste em toda Gaza enquanto seguirem as hostilidades e as graves restrições ao acesso humanitário.

“Embora todo o território esteja classificado em situação de Emergência (Fase 4), mais de 495 mil pessoas — 22% da população — sofrem níveis catastróficos de insegurança alimentar aguda (Fase 5)”, acrescentou a IPC.

A iniciativa reúne mais de 20 instituições parceiras, entre as quais, governos, agências das Nações Unidas e ongs.

O relatório alertou também que os ataques de Israel à cidade de Rafah, no extremo sul do território, e o deslocamento contínuo deterioram ainda mais o acesso humanitário da população civil, ao amplificar a fragilidade das comunidades.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 37.600 mortos e mais de 85 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.

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A população permanece desde então sob cerco militar absoluto — sem comida, água, energia ou medicamento, como declarou o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ao caracterizar os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”.

Estima-se que ao menos 32 crianças tenham morrido de fome devido a sua campanha.

Gallant e o premiê israelense Benjamin Netanyahu têm mandados de prisão solicitados pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), na mesma cidade, conforme denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro.

O Estado israelense age em desacato de medidas cautelares emitidas pela corte, tanto para permitir o acesso humanitário quanto para a paralisação imediata das operações em Rafah, em curso desde 6 de maio.

As ações israelenses equivalem a punição coletiva — crime de guerra segundo o direito internacional.

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