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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Crise compele êxodo de colonos em Israel, ex-premiê pede que fiquem

Ex-primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, em Jerusalém ocupada, 15 de maio de 2022 [Abir Sultan/AFP/Getty Images]

O ativista colonial e ex-premiê de Israel, Naftali Bennett, convocou seus concidadãos a não deixarem o país, ao reconhecer seu “momento mais difícil desde 1948” — quando foi criado Israel via limpeza étnica, ocasião conhecida pelos palestinos como Nakba, ou “catástrofe”.

“Vivemos o momento mais difícil desde a Guerra de Independência [sic]: Mudanças na guerra, boicotes internacionais, danos a nossa dissuasão, cento e vinte israelenses em cativeiro, milhares de famílias enlutadas, uma Galileia deserta, milhares de evacuados, ministros que só pensam em si mesmos, perda do controle sobre a economia e déficit do Estado”, enumerou Bennett, em postagem no Twitter (X).

“Conversas sobre deixar o país — isso não pode acontecer”, destacou Bennett, notório por posicionamentos supremacistas. “Nós precisamos de toda a dedicação e o talento do povo de Israel para sairmos do fundo do poço e retomar Israel”.

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Embora não haja dados oficiais sobre o êxodo de colonos israelenses desde o início da guerra contra os palestinos de Gaza, em outubro último, o periódico hebraico Times of Israel aferiu no domingo (23) ao menos meio milhões de emigrantes, que não voltaram ao país nos primeiros seis meses de campanha.

Israel possui uma das populações de maior incidência de dupla nacionalidade. Imagens de aeroportos lotados se tornaram recorrentes em momentos-chave do conflito, como na semana seguinte a 7 de outubro e ao ataque iraniano de abril.

O país adotou ainda uma economia de guerra, isto é, políticas de austeridade e cortes de subsídios e serviços, com recordes de queda no produto interno bruto (PIB).

Estimativas indicam aumento sem precedentes nas taxas de pobreza entre os cidadãos judeus — que usufruem de privilégios em relação a seus vizinhos palestinos, mediante regime de apartheid.

Mesmo antes da guerra, negócios em Israel já retiravam recursos do país, após meses de protestos de massa contra a reforma judicial do atual premiê Benjamin Netanyahu, denunciada como autoritária.

Um dos pressupostos fundacionais de Israel é a tese de “guerra demográfica”, a fim de construir uma hegemonia numérica de colonos judeus frente aos palestinos nativos — sobretudo mediante imigração colonial.

A saída de colonos, portanto, é vista como ameaça estratégica ao Estado de Israel.

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