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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel invade distrito na Cidade de Gaza, ordena nova evacuação ao sul

Palestinos fogem do distrito de Shujaya, na Cidade de Gaza, sob ataques israelenses, em 27 de junho de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Anadolu Agency]

Forças israelenses, incluindo tanques de guerra, invadiram o bairro civil de Shujaya, na Cidade de Gaza, nesta quinta-feira (27), ao ordenar residentes palestinos a evacuarem ao sul, segundo informações da agência de notícias Reuters.

O avanço coincidiu com novos bombardeios à cidade de Rafah, na fronteira com Egito, no extremo sul de Gaza, apesar de promessas israelenses de que se trata dos estágios finais da “guerra intensa” contra o enclave.

Os residentes de Shujaya se disseram surpreendidos pelos tanques e disparos no início da tarde. Drones deram continuidade aos ataques durante toda a noite.

“Parecia que a guerra estava recomeçando, uma série de bombardeios contra a região, que destruiu várias casas e abalou os prédios”, comentou Mohammad Jamal, residente local de 25 anos, à agência Reuters.

“Estamos sendo mortos de fome e caçados por tanques e aviões onde quer que vamos, sem qualquer esperança de que essa guerra termine”, acrescentou Jamal.

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O Serviço de Emergência Civil relatou mortos e feridos, porém sem conseguir auferi-los ou alcançá-los devido à ofensiva em curso.

Estimativas preliminares contabilizaram ao menos três mortos, além de cinco no bairro de Sabra, também atacado.

Israel mantém o pretexto de que militantes do grupo Hamas e aliados se escondem em meio aos civis, ao forçar o sucessivo deslocamento da população e escalar agressões a áreas protegidas, como abrigos e rotas de fuga.

No Twitter (X), o porta-voz do exército israelense Avichay Adraee instruiu, em inglês, a retirada dos residentes de Shujaya. “Para sua segurança, evacuem imediatamente ao sul, para a zona humanitária [sic] pela via Salah al-Din”.

Os tanques, no entanto, antecederam a postagem. Palestinos do subúrbio leste foram registrados em fuga, sob disparos, diante de um bloqueio israelense no acesso sul.

Analistas apontam discrepância na comunicação de Tel Aviv em inglês e hebraico, isto é, para o público externo — ao tentar mitigar a crise de relações públicas — e para seu público interno — radicalizado, para o qual promete limpeza étnica.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 37.700 mortos e 86 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados e uma epidemia de fome generalizada.

A morte de uma menina no Hospital Kawal Adwan, nesta quarta, elevou a 31 vítimas o o número de crianças mortas por inanição, apesar de provável subnotificação.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, conforme denúncia sul-africana, deferida em 26 de janeiro. Contudo, age em desacato de medidas cautelares por fluxo humanitário e suspensão das ações em Rafah.

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