Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ataques em Shuja’iyya são continuidade da ‘guerra genocida’ em Gaza, alerta Hamas

Prédios destruídos no bairro de Shuja’iyya, na Cidade de Gaza, em 27 de junho de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

O movimento palestino Hamas condenou nesta quinta-feira (27) a invasão por terra de forças israelenses no bairro de Shuja’iyya, no leste da Cidade de Gaza, ao descrevê-la como continuidade da “guerra genocida” contra a população nativa.

O Hamas alertou ainda que a gestão democrata dos Estados Unidos serve de “parceiro nos crimes” da ocupação israelense, segundo informações da agência Anadolu.

Trata-se da terceira ofensiva israelense contra Shuja’iyya desde outubro. A última ação contra a área se deu em janeiro.

Declarou o Hamas:

O bombardeio intenso contra Shuja’iyya é uma continuação da guerra genocida contra os palestinos de Gaza, com pleno apoio e cobertura da gestão nos Estados Unidos — parceiro nesses crimes da ocupação.

E acrescentou:

Tamanha política fascista — com reiterados ataques a cidades, bairros e campos de refugiados, ao assassinar deliberadamente civis e destruir a infraestrutura para aprofundar sua dor — constitui verdadeiro crime de guerra.

O exército israelense voltou a utilizar a prerrogativa de atacar infraestrutura do Hamas — “ainda operacional” — para deslocar a população civil.

“A incursão por terra foi realizada conforme inteligência do Serviço Geral de Segurança (Shabak) e da Divisão de Inteligência do exército, ao apontar que o Hamas começou a retomar controle sobre o bairro”, alegou a rádio militar israelense.

LEIA: Uso de armamento pesado por Israel em Gaza levanta preocupações sobre violação das leis da guerra

Após a ação, Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, estimou: “Sete corpos e dezenas de feridos transferidos para o Hospital Baptista al-Ahli, na Cidade de Gaza” — instalação de saúde vitimada por ataques israelenses anteriores.

“Há muitos mortos ainda nas ruas e dentro das casas”, acrescentou, ao notar que suas equipes não têm acesso para “resgatar mortos e feridos” devido à agressão.

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação e punição coletiva por uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou soldados e colonos.

Segundo o exército ocupante, 1.200 pessoas foram mortas na ocasião. O número, no entanto, sofre escrutínio, após o jornal israelense Haaretz reportar “fogo amigo”, sob ordens gravadas de comandantes de Israel para impedir a tomada de reféns.

No território sitiado, Israel deixou ao menos 37.700 mortos e 86.400 feridos até então. Outras duas milhões de pessoas foram desabrigadas e dezenas de milhares continuam desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia, sob denúncia sul-africana aprovada em janeiro, e age em desacato de medidas cautelares por fluxo humanitário e cessação das hostilidades em Rafah.

As ações israelenses em Gaza são crime de guerra e lesa-humanidade.

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments