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Israel deve manter Corredor da Filadélfia por seis meses, alega imprensa

Soldado egípcio monta guarda na fronteira fortificada do Corredor da Filadélfia, “zona neutra” entre Egito e Gaza, em 19 de março de 2007 [Cris Bouroncle/AFP via Getty Images]

O jornal em hebraico Yedioth Ahronoth alegou nesta sexta-feira (28) que o exército de Israel deve manter a presença no chamado Corredor da Filadélfia, “zona neutra” entre Gaza e Egito, por no mínimo seis meses, segundo informações da agência Anadolu.

A imprensa sionista insistiu que, na oitava semana de ataques a Rafah, em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, foram supostamente encontrados 25 acessos de túneis no Corredor da Filadélfia, com 15 km de extensão, desde o bairro de Tal Al-Sultan à área de fronteira de Karem Abu Salem.

A alegação, contudo, deve servir de pressuposto para atacar os campos de refugiados na região e manter fechada a travessia de fronteira para fins humanitários.

Uma fonte militar israelense, citada sem identificação pelo periódico, indicou: “Estimo que nossas operações continuarão por ao menos mais seis meses, de modo que nossa presença atual no Corredor da Filadélfia deve se manter lenta e metódica”.

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Para a fonte, o processo requer “posicionamento permanente do exército israelense e lançamento de operações aos bairros próximos de Rafah” — cidade na fronteira com o Egito que chegou a abrigar 1.5 milhão de refugiados.

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação e punição coletiva por uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou soldados e colonos.

Segundo o exército ocupante, 1.200 pessoas foram mortas na ocasião. O número, no entanto, sofre escrutínio, após o jornal israelense Haaretz reportar “fogo amigo”, sob ordens gravadas de comandantes de Israel para impedir a tomada de reféns.

No território sitiado, Israel deixou ao menos 37.700 mortos e 86.400 feridos até então. Outras duas milhões de pessoas foram desabrigadas e dezenas de milhares continuam desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

Israel é réu por genocídio em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro. As ações israelenses em Gaza são crime de guerra e lesa-humanidade.

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