O píer flutuante instalado pelo exército dos Estados Unidos na costa de Gaza foi desmantelado devido a previsões de “maré alta”, comuns na região mediterrânea nesta época do ano, reportou o Pentágono nesta sexta-feira (28), segundo informações da agência Anadolu.
“Devido às condições de maré alta neste fim de semana, o Comando Central removeu o píer provisório de sua posição de ancoragem em Gaza para rebocá-lo de volta a Ashdod, Israel,” afirmou a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh.
Segundo Singh, a retirada serve para evitar eventuais danos estruturais devido ao tempo.
O Pentágono prometeu reavaliar as condições ao longo do fim de semana, mas não concedeu data para reinstalar a estrutura.
Singh descreveu o píer como “grande sucesso”, apesar da epidemia de fome que ainda assola Gaza, devido ao cerco militar israelense que impede o fluxo humanitário contínuo, em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
Israel, com apoio dos Estados Unidos, mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 37 mil mortos e 86 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Ao promover seu cerco absoluto ao enclave — sem comida, água, combustível ou medicamentos —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos de Gaza como “animais humanos”.
Ao menos 30 crianças morreram de fome desde então.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou a instalação da via marítima, sob pretexto assistencial, em 8 de março. O píer só passou a operar, no entanto, em 17 de maio, com interrupções frequentes.
Críticos denunciam a medida como esforço de relações públicas por parte de Biden, a fim de aplacar a crise interna em plena campanha eleitoral.
O píer americano foi também denunciado por uso militar por Israel, ao auxiliar, conforme indícios, em um massacre ao campo de refugiados de Nuseirat, no início de junho, no qual 270 civis palestinos foram mortos.
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